Percentual é de 13,8% nas demais, segundo o estudo. Dados fazem parte do Censo 2010 - Aglomerados Subnormais.
31% em favelas têm renda de até meio salário mínimo, indica IBGE
Nas favelas e outras áreas de habitação irregular do país, 31,6% dos moradores tinham rendimento domiciliar per capita até meio salário mínimo em 2010, enquanto nas demais áreas, o percentual era de 13,8%, conforme aponta nesta quarta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Censo Demográfico 2010 – Aglomerados Subnormais – Informações Territoriais. Na pesquisa, foi considerado o salário mínimo vigente no ano, R$ 510.
Segundo a pesquisa, o maior contraste aparece no Centro-Oeste, chegando a 17,2 pontos percentuais: 28,4% dos domicílios em aglomerados subnormais (assentamentos irregulares conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos e palafitas, entre outros) estão nesta faixa de rendimento e 11,2% nas outras áreas da cidade.
31,6% dos moradores tinham rendimento
domiciliar per capita até meio salário mínimo
(Foto: Jonathan Lins/G1
Quanto ao rendimento nominal domiciliar per capita maior que cinco salários mínimos, 0,9% da população moradora de aglomerados (assentamentos irregulares conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos e palafitas, entre outros) estava nesta faixa de rendimento, ao passo que, nos outros locais, este percentual chegava a 13,4%. “Este contrate se repetia em todas as regiões, sendo mais acentuada no Centro-Oeste, com 1,2% e 20,8%, respectivamente.”
Quanto à informalidade nas relações de trabalho, ou seja, emprego sem carteira de trabalho assinada, o percentual é maior nas favelas (27,8%). Nas outras áreas, o percentual é de 20,5% – padrão que se repete em todas as regiões.
“Nesse contexto, destacam-se dois pontos: primeiro, em todas as regiões a informalidade é maior em aglomerados subnormais; segundo, o trabalho sem carteira assinada é menor nas regiões Sul e Sudeste, independentemente da área em que se vive”, afirma o IBGE.
A pesquisa também analisou a presença do serviço de telefonia e constatou que está disponível para mais de 95% dos domicílios, tanto nas favelas, onde atinge 90,5% dos domicílios, quanto nas demais áreas das cidades (98,8%).
“Tanto nos aglomerados subnormais [favelas], quanto nas demais áreas, os percentuais somados de telefonia fixa e celular são semelhantes em todo o país. A diferença é que nos municípios do Sul e Sudeste a telefonia fixa tem uma penetração significativamente maior em relação ao Norte e Nordeste”, diz a pesquisa.
Fogão, geladeira, moto
Também foi comparada a posse de bens entre os moradores de favelas e das demais áreas dos municípios. O resultado, de acordo com o IBGE, indica uma “quase universalização” da geladeira e da televisão, com pequenas diferenças entre os dois tipos de áreas.
A posse de motocicleta (11,3% nas demais áreas e 10,3% nos aglomerados subnormais) também é semelhante nos dois tipos de áreas.
Há diferenças também na posse de máquina de lavar roupa (41,4% nas favelas e 66,7% nas demais áreas), computador (27,8% e 55,6%, respectivamente) e computador com acesso à internet (20,2% e 48,0%).
Deslocamento para o trabalho
O IBGE ainda analisou o tempo gasto de deslocamento para o trabalho e chegou à conclusão de que não variava muito entre as pessoas que moram em favelas e as outras áreas da cidade. No Brasil, os percentuais de pessoas ocupadas que gastavam mais de uma hora diariamente no deslocamento para o trabalho variavam entre 19,7% e 19%, respectivamente.
“Entretanto, no município do Rio de Janeiro, houve ocupação de encostas ao longo da cidade e as populações destas áreas se instalaram perto de seus trabalhos, o que diminuiu o custo e o tempo com o transporte. Na capital fluminense, 21,9% da população de aglomerados levava mais de uma hora por dia para chegar ao trabalho, enquanto nas outras áreas essa proporção era de 26,3%”.
Já no município de São Paulo, por exemplo, que tem relevo pouco acidentado, a ocupação irregular ocorreu, em grande parte, em espaços mais distantes do centro, o que explica as diferenças no tempo de deslocamento: 37,0% da população residente em aglomerados leva mais que uma hora para chegar ao local de trabalho, em contraste com 30,0% dos moradores das demais áreas da cidade.
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