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Política
Terça - 13 de Dezembro de 2011 às 07:36

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A presidente Dilma Rousseff iniciou seu discurso de abertura na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres pedindo desculpas por uma falha na organização do evento, que deixou parte das delegadas sem alimentação e com hospedagem precária.

"Em nome do meu governo quero pedir desculpas para as companheiras que estão nas condições em que estão denunciando. Vamos assumir todas as medidas necessárias para dar alimentação a vocês", afirmou Dilma após um protesto interromper a abertura.

De acordo com a organização do evento, a empresa responsável pela alimentação e reserva de vagas em hotéis das participantes do evento desistiu da tarefa dez dias antes do início da conferência, que prevê reunir 3.000 mulheres em Brasília.

"Não viemos aqui para encher linguiça. Queremos hospedagem", gritou em frente ao palco Marli Jussara, delegada de Minas Gerais. As manifestantes calculam que mil delegadas foram prejudicadas. Segundo elas, algumas chegaram a ser hospedadas em Luziânia (GO), cidade no entorno de Brasília.

A presidente Dilma encarregou os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Iriny Lopes (Mulheres) de resolver o problema.

Iriny também pediu desculpas pelo incidente. "Levamos em consideração que se deixássemos a conferência para o ano que vem, teria grandes chances de ela não se realizar, em função de ser um ano eleitoral, administrativamente curto. (...) Pedimos desculpas com muita tranquilidade. (...) Vocês têm a minha palavra e a palavra da coordenação da nossa conferência, que os problemas que ainda não foram resolvidos serão resolvidos até amanhã", prometeu.

Esse não foi o único motivo de protesto. Outro grupo, com pinturas nos rostos e fantasias, tinha pauta mais ampla: saúde, reforma do Judiciário, autonomia das mulheres, aborto. "Ô, poder público, vou te dizer, existe aborto independente de você!", cantaram perto do palco onde estava a presidente.

O evento ocorreu em meio a críticas do movimento feminista a políticas do governo Dilma e da baixa execução orçamentária da pasta de Mulheres. "Igualdade sem orçamento é papo sem fundamento", dizia um dos cartazes estendidos no evento. O movimento de mulheres critica, por exemplo, o enfoque dado à saúde materna em detrimento da "saúde reprodutiva" da mulher, o que jogaria para baixo do tapete uma discussão sobre a legalização do aborto no Brasil.

Segundo Télia Negrão, da Rede Feminista, essa discussão ficou diluída na forma como foi proposta na conferência.

Apesar dos incidentes, Dilma foi bastante aplaudida durante o evento e ouviu várias vezes o canto de "olê olá" e até mesmo um "Dilma 2014".

"REVOLUÇÃO PACÍFICA"

Sem citar políticas específicas que o governo pretende implementar no futuro, a presidente defendeu temas como "a autonomia das mulheres", o direito ao trabalho e renda compatível "só engrandece o Estado democrático". Ela citou medidas já tomadas pelo governo que atendem parte das demandas das mulheres, como o Rede Cegonha, de atenção à saúde materna.

"Quero reafirmar que as mulheres brasileiras têm em sua presidenta uma aliada incondicional na construção de um Brasil mais igual, em que as mulheres sejam cidadãs de primeira classe. Nós vamos fazer juntas a maior revolução pacífica que uma sociedade pode empreender: a construção de uma sociedade de iguais", disse a presidente no encerramento de sua fala.

A presidente negou que a Secretaria de Políticas das Mulheres será fundida em outras pastas sociais, como foi veiculado pela imprensa recentemente. "Não há a menor verdade nessas notícias", disse a presidente.
 






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