Prejuízo aos cofres públicos poderia chegar a R$ 250 mi, diz delegado
O rombo nos cofres do governo do Estado com o pagamento irregular de cartas de crédito poderia ter ultrapassado R$ 250 milhões. A informação é da Delegacia Fazendária, responsável pela operação Cartas Marcadas, deflagrada nesta quarta (14), para apurar indícios de fraudes na liberação dos valores. Em coletiva pela tarde, o delegado Lindomar Tofolli explicou que o Estado deveria pagar R$ 380 milhões, mas foram emitados documentos para que o Palácio Paiaguás desembolsasse mais de R$ 600 milhões.
A investigação está sob segredo de Justiça. O delegado explica que, diante disso, não pode revelar os valores autorizados pela Procuradoria-Geral do Estado para serem liberados pela secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). Segundo Lindomar, as fraudes começaram em 2008. Ele convocou Eder Moraes, hoje à frente da Secopa e à época responsável pelo comando da Sefaz, bem como seu sucessor, Edmilson dos Santos, para que prestem depoimento nos próximos dias.
Até o momento, foram presas 3 pessoas, sendo 2 na Capital. O concunhado do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), Ocimar Campos, foi detido em Ribeirão Preto (SP). Há outros 3 suspeitos que ainda não se apresentaram na delegacia. Os advogados garantem que eles vão se entregar nesta quinta (15). Todos são acusados de formação de quadrilha, corrupção e fraude processual.
As investigações tiveram início em julho deste ano, quando funcionários da Sefaz procuraram a polícia e registraram boletim de ocorrência. Além disso, levantamento da Auditoria Geral do Estado apontou a existência de acordos extrajudiciais, com prejuízos aos cofres públicos. Recentemente, o governador Silval Barbosa (PMDB) determinou, inclusive, a suspensão da emissão e pagamento de cartas de créditos.
Autor: Kamila Arruda, Patrícia Sanches e Andréa Haddad
Comentários