Riva sugere que querem "derrubar" Eder e insinua complô
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual José Riva (PSD), não quis polemizar sobre o envolvimento do nome do secretário Extraordinário da Copa do Mundo, Eder Moraes, na investigação das cartas de crédito. Ele insinuou que pode estar havendo um ‘complô’ contra o gestor. E ainda tentou aliviar a situação do ex-secretário de Fazenda, transferindo a responsabilidade do pagamento das cartas de crédito para Secretaria Estadual de Administração (SAD).
Mas o fato é que Eder Moraes será mesmo chamado a depor na Delegacia Fazendária, que investiga o pagamento irregular de cartas de créditos realizado em 2008, período em que ele comandava a pasta da Fazenda, responsável por efetuar cálculos. O ex-secretário de Administração, Geraldo De Vitto, já prestou depoimento e jogou toda a responsabilidade para a Sefaz.
Riva acredita que Eder esteja sendo colocado no centro de supostos escândalos devido ao perfil que demonstra de fazer questão de expor suas opiniões, o que acaba incomodando algumas pessoas. “Alguns segmentos querem colocar o Eder no centro de alguns escândalos. Neste caso específico eu digo que a SAD é responsável pelo pagamento e as cartas de créditos tornaram-se um compromisso firmado por meio de uma decisão judicial”, justificou o deputado.
Apesar de alguns embates travados com Eder Moraes, Riva agora tornou-se até mesmo um “conselheiro político” dele, como o próprio secretário já admitiu. O deputado, porém, prefere desconversar a respeito dessa proximidade com o gestor e diz que não o aconselhou, mas considera-se lisonjeado por saber que transmitiu algo positivo para Eder.
“O Eder fica exposto pelo seu perfil de se expor. Não posso dizer se ele tem culpa ou não, até porque é [um] assunto que eu entendo pouco, mas não se pode falar em escândalo antes que a investigação termine”, afirmou Riva, que ainda destacou ter encontrado lados positivos e falhos no secretário.
Para evitar polêmicas, Riva preferiu não fazer nenhuma avaliação do secretário Eder Moraes. Ele também não respondeu ao Olhar Direto se o envolvimento do secretário em várias polêmicas e até em alguns escândalos não causaria desgastes à imagem do governo estadual e até do governador Silval Barbosa (PMDB), que mesmo assim ainda o mantém no staff.
Eder já teve seu nome citado no escândalo dos maquinários, como ficou conhecida a denúncia de um superfaturamento de R$ 44 milhões na aquisição de equipamentos, mas acabou sendo inocentado nesse caso. Mais recentemente, o gestor também esteve no centro de várias denúncias de irregularidades após a aquisição de 10 Land Rovers para monitorar a fronteira de Mato Grosso - operação que acabou sendo cancelada pelo Governo do Estado.
O secretário também protagonizou uma discussão histórica com o ex-diretor da já extinta Agência Executora de Projetos da Copa (Agecopa), Carlos Brito. Os desentendimentos entre ambos provocaram a demissão de Brito e a reformulação do órgão, isto é, a extinção da Agecopa e criação de uma secretaria extraordinária. A causa desse bate boca foi a troca do modal de transporte na capital.
Comentários