Advogado descarta apreensão de documentos no gabinete de Fabris
Responsável pela defesa do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), o advogado Paulo Humberto Budóia nega a apreensão de documentos no gabinete do parlamentar na Assembleia, durante a Operação Cartas Marcadas, deflagrada nesta quarta (14) pela Delegacia Fazendária para o cumprimento de 6 mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão em desfavor de suspeitos de envolvimento no esquema de pagamento irregular de cartas de crédito pelo governo do Estado.
Segundo o advogado, o desembargador Pedro Sakamoto indeferiu, em 2 de dezembro, o pedido dos delegados fazendários, endossado pelo Ministério Público Estadual (MPE), para que fossem apreendidos materias relacionados ao caso no gabinete parlamentar. No despacho, o magistrado alega não existirem indícios de que Fabris utilizasse o local para prática criminosa investigada. Budóia garante que a permissão se restringiu às residências do deputado em Cuiabá e Ribeirão Preto (SP), bem como na chácara também situada na cidade paulista.
Em entrevista ao RDTV, Budóia frisou que as ações dos agentes fazendários são ilegais. Segundo ele, a operação Caratas Marcadas foi motivada pelo relatório da Auditoria Geral do Estado, elaborado a pedido do governador Silval Barbosa (PMDB), que aponta superfaturamento no pagamento das cartas de crédito. O advogado, contudo, declara que o episódio se deve a uma briga antiga entre servidores da Auditoria com os da Procuradoria-Geral, responsável pelos primeiros cálculos, com diferença de quase R$ 300 milhões.
O deputado disse que o único ato de Fabris foi “comprar” politicamente a briga dos agentes fazendários. Ele intermediou a conversa com representantes do governo do Estado para que a dívida em cartas de crédito fosse quitada. O advogado responsável pela ação é concunhado de Fabris, Ocimar Carneiro de Campos. Segundo a defesa, ele conseguiu um acordo em que o Executivo deixou de pagar R$ 800 milhões da dívida, no total de R$ 1,2 bilhão. Segundo Paulo, foram liberados apenas R$ 480 milhões do montante.
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