O vice-presidente da República, Michel Temer, anunciou nesta quinta-feira (15) a apreensão de 115,3 toneladas de drogas na faixa de fronteira no segundo semestre deste ano, no período de 8 de junho a 8 de dezembro.
Do total de entorpecentes apreendidos na fronteira, 99,5 toneladas eram de maconha e 15,8 toneladas eram de cocaína.
Conforme Temer, que coordena o Plano Estratégico de Fronteiras, a quantidade foi "14 vezes superior" ao registrado nos primeiros cinco meses do ano. A Vice-Presidência não informou qual o montante apreendido no período do primeiro semestre.
O Plano Estratégico de Fronteiras envolve mais de 10 ministérios e 26 órgãos e é executado por duas frentes coordenadas: a Operação Sentinela, de responsabilidade do Ministério da Justiça, e a segunda é Operação Ágata, de responsabilidade do Ministério da Defesa.
O ministro da Justica, José Eduardo Cardoso, o vice-presidente Michel Temer, que coordena o plano de fronteiras, e o ministro da Defesa, Celso Amorim (Foto: Ed Ferreira / Agência Estado)"Foram números extraordinários. Quando você imagina que a apreensão de droga entre o primeiro semestre e o segundo semestre de operação foi 14 vezes superior, você verifica o sucesso dessa operação", afirmou o vice-presidente Michel Temer.
De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foram apreendidas na Operação Sentinela 534 armas de fogo, 4,4 milhões de pacotes de cigarros e 4,2 mil prisões em flagrantes.
Conforme o ministro, houve reaparelhamento e reestruturação de 33 órgãos de segurança e apoio à modernização dos sistemas de comunicação das polícias de 11 estados de fronteira integrados nas ações do plano estratégico. Essa integração foi responsável pelo investimento de R$ 40 milhões.
"A questão da integração com estados e municípios é uma questão chave. Se por um lado as forças federais estão integradas, nós temos a necessidade de integrar com as forças policiais dos estados de fronteira. Tudo nos leva a crer que o ano que vem o aprofundamento dessas operações dará êxitos ainda mais surpreendentes", afirmou Cardozo.
Além disso, foi destacado a importância de investir no povoamento e no reforço policial das áreas de fronteira. "Vamos realizar concurso público com 1.200 vagas para Polícia Federal e 1.600 vagas para a Polícia Rodoviária Federal. Todos os policiais recém-formados vão para a fronteira", afirmou Cardozo. As vagas já haviam sido anunciadas pelo ministro.
Já o vice-presidente defendeu uma ocupação mais efetiva da população fronteiriça: "[Devemos] dar apoio às populações carentes dessas regiões. A Secretaria de Assuntos Estratégicos fez um levantamento das moradias de famílias carentes e há planos de que, se for necessário, o Estado investirá para fazer com que essas pessoas tenham uma ascensão social".
O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou que foram empregados na Operação Ágata 17,753 militares, mais de 120 embarcações (percorreram mais de 45 mil km de rios e lagos), 819 viaturas, 140 blindados e 109 aeronaves.
Segundo Amorim, foram quase 10 mil inspeções, que resultaram em 46 embarcações apreendidas; 40 interceptações de aeronaves; apreensão de 8,150 kg de explosivos e agrotóxicos.
"São operações que trazem resultados imediatos, mas muitos dos resultados acabam acontecendo depois, porque como é aquele momento de interdição das fronteiras nacionais os criminosos ficam contidos. Os números aqui foram mesmo impressionantes", afirmou Amorim.
O vice-presidente Michel Temer afirmou que o "êxito" da operação superou todas as expectativas e informou a continuidade das operações Sentinela e Ágata ano que vem.
"Nós queremos fazer uma ocupação mais efetiva das fronteiras, que é também uma segunda fase desse plano (...). Foi um início extraordinário e a tendência é cair este número, porque a criminalidade diminuirá", disse Temer.
Comentários