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Internacional
Quinta - 15 de Dezembro de 2011 às 19:05

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Pelo menos 131 pessoas morreram envenenadas no leste da Índia depois de terem tomado bebida alcoólica adulterada, que continha um solvente altamente tóxico, enquanto muitas outras permanecem hospitalizadas, anunciaram nesta quinta-feira (14) as autoridades locais.

O balanço de vítimas foi confirmado por Narayan Swarup Nigam, secretário do governo no distrito de "24 Parganas", no estado de Bengala Ocidental.

As vítimas, em sua maioria camponeses ou condutores dos riquixás, muito pobres para comprar bebidas de marca, moram em 10 localidades próximas da fronteira com Bangladesh. Eles compraram na terça-feira o álcool em bares clandestinos.

Os três hospitais mais próximos receberam dezenas de pacientes gravemente doentes, que perderam a consciência ou reclamavam de fortes dores abdominais e no estômago.

Parente de vítima se desespera próximo a Calcutá nesta quinta-feira (15) (Foto: Reuters)Parente de vítima se desespera próximo a Calcutá nesta quinta-feira (15) (Foto: Reuters)

 

Mais de 100 pessoas ainda estão internadas, entre elas um garoto de 12 anos que confundiu o álcool com água, segundo fontes médicas.

O álcool fabricado clandestinamente é muito consumido na Índia por causa de seu preço atrativo. De acordo com um morador, meio litro custa apenas 6 rúpias, o equivalente a 8 centavos de euro.

Segundo Nigam, em pelo menos 20 vítimas os exames detectaram a presença de metanol, o que gerou o temor de que este solvente altamente tóxico utilizado como combustível seja a causa dos envenenamentos fatais.

O metanol às vezes é misturado ao álcool local, batizado de "moonshine", em pequenas quantidades para aumentar o teor alcoólico.

Ingerir este produto pode provocar cegueira e, no caso de metanol altamente concentrado, a morte.

"Encontramos metanol no estômago de pelo menos 20 vítimas, mas esta pode não ser a única causa da morte. Estamos investigando", declarou à France Presse Chiranjib Murmu, diretor do hospital Diamond Harbour.

A chefe de governo de Bengala Ocidental, Mamata Banerjee, anunciou a abertura de uma investigação e o pagamento de uma idenização de 200.000 rúpias (2.800 euros) para cada família das vítimas.

Além disso, ordenou a prisão de quatro pessoas.

"Eu tomarei medidas firmes contra os que fabricam e vendem álcool ilegal", afirmou.

A polícia informou que várias destilarias locais foram saqueadas por habitantes indignados.

Segundo Johnson Edayaranmulah, diretor do grupo Indian Alcohol Policy Alliance, que milita pela aprovação de políticas públicas responsáveis em matéria de consumação de álcool, caso de mortes causadas por bebidas adulteradas são recorrentes na Índia.

No entanto, ele falou sobre a hipótese de um erro na adição do produto, supondo que os produtores poderiam ter confundido metanol com etanol, menos tóxico.

"Existe álcool ilegal em toda a Índia. A lei não é aplicada e há ligações entre as autoridades -policiais, políticos, fiscais- e os contrabandistas", acusou.

"A polícia aceita suborno e propina, os funcionários aduaneiros aceitam subornos, todo mundo fecha os olhos. Isto mostra que a corrupção faz parte do espírito indiano".

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2004, o abuso de álcool é uma das principais causas de morte entre os jovens indianos.

Em julho de 2009, 43 pessoas morreram envenenadas por álcool adulterado no estado de Gujarat (oeste), um estado que proíbe a venda de álcool.

Em maio de 2008, 168 pessoas morreram nos estados de Karnataka e Tamil Nadu (sul).

Moradores intoxicados pela bebida são socorridos em hospital de localidade portuária próximo à cidade indiana de Calcutá nesta quinta-feira (15) (Foto: AP)

Moradores intoxicados pela bebida são socorridos em hospital de localidade portuária próximo à cidade indiana de Calcutá nesta quinta-feira (15) (Foto: AP)
 
Parentes de vítimas se reúnem em frente a hospital, depois que mais de 80 pessoas morreram por consumo de bebida alcoólica adulterada na Índia. (Foto: AP Photo)

Parentes de vítimas se reúnem em frente a hospital (Foto: AP Photo)   





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