Apesar de os números mostrarem que a maior parte das vítimas pertence ao grupo de negros, o pesquisador ressalta que os registros não mencionam o histórico pessoal das vítimas. Ou seja, não é possível identificar se quem morreu envolveu-se na criminalidade e foi morto em função disso. "Não se sabe em que circunstâcia as mortes ocorreram", acrescentou o pesquisador.
Segundo o Mapa da Violência, no ano passado foram 714 negros mortos em Mato Grosso, enquanto o total de brancos chegou a 238. A pesquisa concluiu que para 2010 morreram proporcionalmente 89,5% mais negros do que brancos.
No Brasil, de acordo com o Instituto Sangari, as taxas de homicídio de brancos caíram de 20,6 para 15,0 em cada 100 mil brancos entre os anos de 2002 e 2010. O recuo no período chegou a 27,1%. Já na população negra, as taxas passaram de 30,0 em 2002 para 35,9 homicídios para cada 100 mil negros em 2010, o que representa um aumento de 19,6%, segundo a pesquisa.
Para o pesquisador, na maior parcela dos casos, a população negra torna-se mais suscetível à violência porque não dispõe dos mesmos níveis de segurança de brancos. "O branco tem maior proteção pública e privada enquanto o negro não", pontuou.
Taxa de homicídio
Ao mensurar a diferença no tocante à taxa de homicídios entre brancos e negros, o Mapa da Violência evidenciou os contrastes entre as raças. Em 2010, a taxa de mortes para um grupo de 100 mil pessoas foi de 39,7 para negros e de 20,9 brancos em Mato Grosso.
De acordo com a pesquisa, Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Distrito Federal e Pernambuco encabeçam a lista de homicídios negros, todos eles com taxas acima de 50 homicídios para cada 100 mil negros.
Já Mato Grosso figura na posição de número três no ranking dos estados onde mais brancos foram mortos.
Mortes registradas por estados segundo estudo. (Foto: Reprodução)
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