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Polícia
Sexta - 16 de Dezembro de 2011 às 18:21
Por: Débora Siqueira

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Ilustração

A funcionária do supermercado Big Master em Rondonópolis - que prefere ser identificada apenas pelas iniciais J.M.S, 25 anos - registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher na tarde de quinta-feira (15) contra o gerente da loja, identificado apenas como Adalberto. Dos sete dias em que trabalhou no local, em cinco deles ela alega ter sido assediada sexualmente pelo superior.

A advogada Ádila Safi, que defende a trabalhadora, vai processar o supermercado com duas ações, uma por danos morais e outra pedindo rescisão indireta do contrato de trabalho por justa causa do empregado. “Há provas de que houve assédio sexual e o empregador deve pagar todos os direitos trabalhistas [à reclamante]”, disse a advogada.

J.M.S. relatou que foi contratada para trabalhar como atendente de loja e repositora de gôndolas no dia 24 de novembro. Dois dias depois foi seu primeiro dia de trabalho. No no terceiro dia de trabalho teriam começado os assédios. Ela conta que foi chamada à sala da gerência para buscar uma chave, mas, na verdade, a chave era só um pretexto; o gerente limitou-se a pedir o número do telefone dela, informação que ela recusou-se a fornecer.

No dia 30 de novembro, ela teria ido com uma blusa justa e o gerente teria dito: “Assim não dá para trabalhar, você está parando o trânsito”. Por conta disso, J.M.S. contou à delegada que foi a primeira a receber os uniformes da turma da qual fazia parte.

“Ele procurava os menores motivos para me procurar. Mandou-me três vezes usar o seu carro pessoal para cumprir tarefas da empresa e passou a me tratar com estranha intimidade chamando-me de ‘meu amor’ e de “mi”, apelido carinhoso que [me] causava nojo”, diz o trecho do documento escrito pela denunciante e entregue à Polícia Civil.

Ela conta ainda que, no final do expediente, enquanto arrumava as gôndolas, recebeu uma ligação do gerente marcando um encontro para às 21h30, porque precisava conversar com alguém. “Eu já estava ficando doente com aquela perseguição, não aceitei o convite, educadamente, dizendo-lhe que eu tinha filhos pequenos e não podia me ausentar do [meu] lar”.

A funcionária tem registros de ligações e gravações de mensagens do gerente na  caixa postal de seu telefone. Uma das ligações ocorreu às 23h30 e foi atendida pela irmã de J.M.S., que disse que a irmã não poderia atendê-lo pois estava doente.

A gota d´água foi no dia seguinte quando ela chegou ao trabalho. Soube por um colega que Adalberto queria falar com ela. Mas quando chegou perto dele, o viu falando no celular dizendo alto: “Porque você fez isso comigo? Você acha que eu sou criança? Eu tenho mais de 20 anos de mercado e sei que você mentiu”. J.M.S. disse que ele estava, na verdade, dirigindo-se a ela, mas fingia falar ao celular.

O homem disparou no final: “vou te dar uma nova chance de provar que você não mentiu. Hoje eu vou te ligar de novo e não aceito não como resposta”. Depois disso, J.M.S. pegou suas coisas, foi embora e não voltou mais ao local. “Fiquei com medo”, declarou ela.

O Big Master inaugurou o primeiro hipermercado de Rondonópolis em 8 de dezembro. Apesar do conceito de hiper, por uma decisão da empresa, leva o nome de supermercado. Os investimentos ultrapassaram R$ 10 milhões em mais 40 mil quadrados de área e 26 mil deles de área construída com espaço para 18 lojas.

Outro lado

A assessoria de imprensa do Big Master informou que o diretor da rede, Gilberto dos Santos, iria se inteirar da situação para em seguida tomar um posicionamento sobre o assunto. Ele se reuniu com o gerente suspeito do assédio sexual, que teria negado as acusações da funcionária.

Mais informações em instantes 






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