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Internacional
Sábado - 17 de Dezembro de 2011 às 18:38

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Milhares de tunisianos, incluindo o presidente Moncef Marzuki, se reuniram neste sábado (17) em Sidi Buzid para comemorar o primeiro aniversário da revolta popular iniciada com a imolação de um vendedor ambulante na cidade.

Ao amanhecer, milhares de pessoas procedentes de várias cidades do país se uniram aos habitantes de Sidi Buzid, uma zona pobre do centro-oeste da Tunísia onde o jovem Mohammed Buazizi ateou fogo em si próprio no fim de 2010.

Naquele dia 17 de dezembro, pouco antes do meio-dia, ocorreu uma discussão entre Mohammed Buazizi, de 26 anos, vendedor ambulante não autorizado, e Fayda Hamdi, agente municipal de 45 anos, que confiscou suas mercadorias. Duas horas mais tarde, o jovem ateou fogo em si mesmo em frente à prefeitura de Sidi Buzid, e as primeiras manifestações tiveram início.

O presidente Moncef Marzuki foi neste sábado (17) à cidade onde um vendedor se imolou um ano atrás (Foto: AFP)O presidente Moncef Marzuki (de casaco bege) foi neste sábado (17) à cidade onde um vendedor se imolou um ano atrás (Foto: AFP)

Os protestos, que inicialmente tomaram apenas as ruas da cidade, posteriormente se estenderam a todo o país, criando um movimento que no dia 14 de fevereiro obrigou o presidente Zine El Abidine Ben Ali a abandonar a Tunísia após 23 anos no poder.

A revolução tunisiana inspirou outros povos da região, como Egito ou Líbia, que também derrubaram seus líderes.

"Obrigado a esta terra, marginada durante séculos, por ter devolvido a dignidade a todo o povo tunisiano", disse o novo presidente, Moncef Marzuko, ao se unir ao povo no centro da cidade.

Milhares se reuníram na praça Mohamed Bouazizi, nomeada segundo o vendedor imolado, em Sidi Bouzid (Foto: AFP)Milhares se reuníram na praça Mohamed Bouazizi, nomeada segundo o vendedor imolado, em Sidi Bouzid (Foto: AFP)

O centro de Sidi Buzid estava decorado com bandeiras tunisianas, retratos de vítimas da revolução e uma foto gigante de Buazizi. Militantes de direitos humanos tunisianos e de outros países árabes e membros da Assembleia Constituinte utilizaram o microfone para homenagear todos os mártires da revolução.

"Olho ao redor e vejo na multidão muitos jovens que desafiaram as balas da polícia de Ben Ali no ano passado para defender os valores da liberdade e da dignidade", disse à AFP Sabrine Ammari, uma ativista pró-direitos humanos.

Nas manifestações que levaram à queda de Ben Ali morreram cerca de 300 pessoas, segundo números da ONU. 
 





Fonte: Da AFP

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