Integração do Centro-Oeste com o Pacífico está avaliada em R$ 650 mi
A conclusão da BR 242 vai permitir a interligação dos centros agrícolas de Mato Grosso e Tocantins a outros modais de transporte e a saída de logística dos produtos rumo ao oceano Pacífico em um projeto de R$ 650 milhões. Este e outros projetos na área de infraestrutura foram debatidos neste sábado (17/12), durante encontro entre os governadores Silval Barbosa (Mato Grosso) e Siqueira Campos (Tocantins) com bancadas legislativas estaduais e federal das duas unidades federativas.
Quando concluído, a integração permitirá unir cidades de Tocantins e Mato Grosso, como São Félix, Confresa, Querência, Sorriso, Brasnorte, à Vilhena (Rondônia). E de lá, via Rio Branco (Acre), para atingir cidades peruanas com portos no Pacífico. O projeto de integração será colocado em prática com uma Parceria Público-Privada (PP) com duração de 15 anos.
Na avaliação geral dos participantes, a infraestrutura rodoviária e seus suportes construirão uma nova economia e política social ao ligar os dois Estados de leste a oeste e de Norte a Sul do Brasil, do seu interior para portos de exportação e novas vias de transporte.
“A estrada vai estimular o desenvolvimento da região do médio e Norte Araguaia. Em Vilhena, ela vai interligar, pela BR-364, Rio Branco com a Transoceânica ou Rodovia Bioceânica, que liga o Atlântico ao Pacífico, no Peru”, descreve o deputado federal licenciado Valtenir Pereira (PSB-MT), um dos participantes do processo, que aponta a região como a nova fronteira agrícola do Araguaia e polo de desenvolvimento econômico.
De acordo com o deputado federal do PSB, “a previsão é que em seis anos o projeto de R$ 650 milhões seja pago”. A BR-242, assinala, inicia-se em Salvador (BA) e alcançará a costa oeste da América do Sul com a ligação pelo interior de Mato Grosso e Tocantins.
“Eu, os governadores Silval Barbosa e Siqueira Campos, e o deputado federal Wellington Fagundes, que é da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, assim como a deputada estadual Luciane Bezerra (PSB), apoiamos este ato. É um marco importante na história do desenvolvimento de Mato Grosso. Outras autoridades, como o senador Vicentinho, do Tocantins e deputados estaduais, estiveram no evento em São Félix", citou.
Eixos de logística e produção
A integração terrestre da BR-242, além de unir Mato Grosso a partir do trecho de 80 quilômetros de São Félix a Formosa, no Tocantins, cruzará com outra rodovia federal no Vale do Araguaia, a BR-158, com saída de transporte por Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará.
No Estado do Tocantins, “há ligação com projetos de hidrovia no rio Tocantins, onde o rio é navegável e também com a Ferrovia Norte-Sul”, como observa o deputado federal. A via ferroviária liga o Estado ao Maranhão, até aos portos do Atlântico Norte, com acesso à Europa e Àsia, pelo canal do Panamá.
O deputado federal Valtenir Pereira acrescenta, ainda, que o projeto contempla a ligação física entre Mato Grosso e Tocantins pela Transbananal, uma ponte de dois quilômetros de extensão sobre o rio Araguaia, que cruzará a Ilha do Bananal.
Em seu traçado nos dois Estados, a partir das duas cidades, a rota da BR-242 compreende Alto Boa Vista, Posto da Mata (no entroncamento da BR-158), a 180 quilômetros de São Félix, Ribeirão Cascalheira (também no cruzamento com a mesma rodovia federal), Querência, Gaúcha do Norte, Nova Ubiratã, Sorriso, Itanhangá, Nova Maringá (no distrito de Brianorte), Brasnorte e daí rumo a Vilhena (RO).
De acordo com dados de organizações da agropecuária de Mato Grosso, a região do Norte Araguaia é a nova fronteira agrícola de fato do Estado. Antes área de pecuária extensiva, atualmente se destaca por culturas de soja e produtos agregados como biodiesel. Na região há cerca de nove milhões de hectares de pastagens degradadas que podem ser convertidas para a agricultura. Há investimentos recentes na região em empresas do agronegócio e indústrias. (Com informações da assessoria de imprensa do deputado federal licenciado Valtenir Pereira).
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