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Internacional
Quarta - 21 de Dezembro de 2011 às 19:24

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Mulheres francesas que têm o implante de silicone da empresa Poly Implant Prothèses (PIP) vão poder fazer cirurgias gratuitas para removê-los se o governo chegar à conclusão que elas são cancerígenas.

A informação é do ministério da saúde local. A ministra Nora Berra disse a jornalistas que a resposta definitiva será dada na sexta (23).

  Eric Gaillard/Reuters  
Prótese de silicone adulterado retirado de paciente no consultório do cirurgião Denis Boucq, em Nice, na França
Prótese de silicone adulterado retirado de paciente no consultório do cirurgião Denis Boucq, em Nice, na França

Oito casos de câncer foram registrados em mulheres com implantes feitos pela PIP, empresa acusada de usar silicone industrial, encontrado em computadores e utensílios de cozinha, em vez do tipo cirúrgico.

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 25 mil próteses da PIP foram usadas no Brasil.

O implante foi alvo de um recall em 2010, inclusive no Brasil, quando foi descoberto que o silicone usado era de qualidade inferior.

A Vigilância Sanitária afirma que não recebeu nenhuma notificação de problemas decorrentes do uso do silicone da PIP. Sebastião Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, afirma também que nenhum profissional comunicou a entidade sobre problemas com a prótese.

Na França, há 30 mil mulheres com os implantes suspeitos. Segundo o jornal francês "Liberation", no mundo, são 300 mil mulheres.

Se o Instituto Nacional de Câncer francês chegar à conclusão de que o implante causa câncer, o governo daquele país vai pagar a cirurgia de remoção para todas as mulheres, mas só vão receber novos implantes as que tinham feito a cirurgia reconstrutiva --por exemplo, a retirada do seio por causa de um câncer de mama.

Um tribunal francês também investiga um caso de morte, em 2010, que pode estar ligado ao silicone da PIP.

Os implantes da empresa, que foi fechada, continham um gel que se torna granular, aumentando o risco de rompimentos.

Alexandra Blachere, que lidera um grupo de vítimas dos implantes, afirma que todas deveriam receber novas próteses.

"Tirar os implantes porque eles são perigosos é bom. Mas não podemos deixar as mulheres num estado de sofrimento psicológico depois. É necessário fazer reimplantes, não importam os custos."

Desde março de 2010, houve 2.000 reclamações de mulheres com os implantes da PIP.

Segundo Sebastião Guerra, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, pode ocorrer endurecimento da cápsula que envolve o implante e o rompimento. "Isso pode acontecer com qualquer silicone. Se um implante comum se romper, nada de grave vai acontecer se a mulher procurar seu médico. O problema todo é a qualidade [inferior] do silicone usado pela PIP."

Coceira, vermelhidão e mamilos latejantes são sinais de problema. Se o implante se romper, o seio fica flácido e o silicone extravasa. "Nesses casos, é preciso procurar o cirurgião plástico."

Guerra afirma que, a partir de janeiro, a entidade vai fazer um levantamento, junto aos mais de 5.000 cirurgiões plásticos brasileiros, sobre os tipos de implantes usados e possíveis problemas. 






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