O documentário "Meet the Fokkens" ("Conheça as Fokkens", em tradução livre), um trocadilho sexual em inglês, conta a história das gêmeas Louise e Martine Fokkens, que há mais de 50 anos vendem o corpo no chamado distrito da luz vermelha, em Amsterdã.
Em um caso de sucesso, elas conseguiram se tornar independentes dos cafetões e fundaram sua própria casa de prostituição. Além disso, criaram em caráter informal a primeira entidade profissional para prostitutas.
O filme, co-dirigido por Rob Schroder e Gabrielle Provaas, leva o espectador a partes de Amsterdã ligadas às memórias das irmãs.
Martina e Louise aparecem em cenas comprando vibradores como se faz a compra de supermercado, discutindo prós e contras de cada produto.
Nas palavras da organização do 24º Festival Internacional de Cinema de Amsterdã, onde foi exibida pela primeira vez, a obra está "repleta de detalhes picantes sobre clientes às vezes inesperados, como um padre".
As irmãs começaram a se prostituir ainda juvens (Foto: Divulgação/"Meet the Fokkens"/Submarine Productions)
Polêmica
Por isso a estreia do filme não ocorreu sem polêmica. Alguns espectadores reclamaram que o filme idealiza e promove a prostituição ao dar espaço e voz para as irmãs.
Outros avaliaram que o bom humor de Louise e Martine é um exemplo de vida e perseverança para outras pessoas.
Apesar da atitude das irmãs, a própria participação delas no filme expõe uma dura realidade da prostituição. Para ambas, "Meet the Fokkens" pode ser uma oportunidade de ganhar um trocado para o pé de meia.
Enquanto Louise deixou a profissão há dois anos, Martine continua vendendo o corpo.
"Ela precisa do dinheiro. Não dá para viver da pensão do Estado", diz Louise sobre a irmã.
Embora o mercado de documentários não seja particularmente lucrativo, as irmãs estão paralelamente escrevendo um livro de memórias que, esperam, vá contribuir com a poupança do futuro.
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