Itália vai rastrear mulheres com silicone defeituoso
O ministro da Saúde da Itália Renato Balduzzi pediu que os hospitais do país façam um rastreio das mulheres que receberam implantes de silicone feitos por uma empresa francesa acusada de usar silicone industrial.
O material é encontrado em computadores e utensílios de cozinha, em vez do tipo cirúrgico. Oito casos de câncer foram registrados em mulheres com implantes feitos pela Poly Implant Prothèses (PIP).
Balduzzi disse ainda que o sistema nacional de saúde vai pagar para que os implantes sejam retirados se a intervenção cirúrgica for solicitada devido a problemas médicos, como a ruptura dos implantes.
Ele disse, porém, que não há provas de maior risco de câncer entre as usuárias dos implantes PIP, mas sugeriu que as mulheres com esse tipo de prótese entrem em contato com os cirurgiões porque há uma probabilidade maior de ruptura e reação inflamatória.
O ministro fez uma reunião emergencial para discutir o assunto por causa da aguardada decisão das autoridades de saúde francesas sobre a recomendação em massa de cirurgia para milhares de mulheres que receberam os implantes PIP.
Investigadores franceses dizem que os implantes foram feitos com silicone industrial de baixa qualidade, em vez de silicone para fins médicos. Mais de mil mulheres na França relataram a ruptura de um ou dos dois implantes.
Balduzzi estima que cerca de 4.000 a 4.300 implantes PIP foram colocados em mulheres da Itália. Desde 2005, ocorreram cerca de 24 rupturas no país, que fez um recall das próteses em abril de 2010, um dia depois de as autoridades francesas terem suspendido a venda, a distribuição e a exportação dos implantes.
Na França, há 30 mil mulheres com os implantes suspeitos. Segundo o jornal francês "Liberation", no mundo, são 300 mil mulheres.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 25 mil próteses da PIP foram usadas no Brasil.
O implante foi alvo de um recall em 2010, inclusive no Brasil, quando foi descoberto que o silicone usado era de baixa qualidade.
A Vigilância Sanitária afirma que não recebeu nenhuma notificação de problemas decorrentes do uso do silicone da PIP. Sebastião Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, afirma também que nenhum profissional comunicou a entidade sobre problemas com a prótese.
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