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Internacional
Sexta - 23 de Dezembro de 2011 às 07:12

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O velhinho de roupa vermelha e barba branca --que hoje em dia é visto com destaque em centros comerciais de todo o mundo na época do Natal-- tornou-se um ícone cultural da sociedade de consumo.

Apesar de ter se inspirado em um bispo que viveu no século 4, o personagem que encanta as crianças foi construído durante os últimos 17 séculos, com elementos de mitos de diversas regiões e países.

O personagem original foi o bispo da cidade de Mira, no antigo reino de Lícia --na atual Turquia-- de nome Nicolau, célebre pela generosidade com crianças e pobres, mas que, mesmo assim, foi perseguido e preso pelo imperador Diocleciano.

Com a chegada de Constantino ao trono de Bizâncio, o bispo Nicolau foi libertado e pôde participar do Concílio de Nicéia (325). Após a sua morte, foi canonizado pela Igreja Católica como São Nicolau. Surgiram, então, incontáveis histórias de milagres realizados pelo santo em benefício de pobres e desamparados.

Nos primeiros séculos após sua morte, São Nicolau tornou-se padroeiro da Rússia e Grécia, bem como de inúmeras sociedades beneficentes e das crianças, jovens solteiras, marinheiros, mercadores e prestamistas.

HOLANDA

A partir do século 6, foram erguidas várias igrejas dedicadas ao santo, mas essa tendência foi interrompida com a Reforma, quando o culto a São Nicolau desapareceu da Europa protestante, com exceção da Holanda, onde era chamado de Sinterklaas.

Na Holanda, a lenda do Sinterklaas fundiu-se a antigas histórias nórdicas sobre um mago mítico que andava em um trenó puxado por renas, premiava com presentes as crianças boas e castigava as que se comportavam mal. No século 11, mercadores italianos que passavam por Mira roubaram relíquias de São Nicolau e as levaram para Bari.

A partir daí, essa cidade italiana onde o santo jamais colocou os pés tornou-se um centro de devoção e peregrinação.

No século 17, emigrantes holandeses levaram a tradição de Sinterklaas para os Estados Unidos, cujos habitantes adaptaram o nome para Santa Claus, mais fácil de ser pronunciado, e criaram uma nova lenda, consolidada no século 19, sobre um velhinho alegre e bonachão que percorria o mundo em seu trenó no Natal, distribuindo presentes.

SANTA CLAUS

Enquanto nos Estados Unidos ele era conhecido como Santa Claus, do outro lado do Atlântico, no Reino Unido, chamava-se Father Christmas (Papai Noel). Com um nome ou outro, o certo é que o personagem baseado no bispo Nicolau tornou-se rapidamente o símbolo do Natal - estimulando as fantasias infantis --e, principalmente, ícone do comércio de presentes de Natal, que movimenta anualmente bilhões de dólares.

A tradição não demorou a cruzar novamente o Atlântico, dessa vez renovada, e se espalhar para vários países europeus, em alguns dos quais Santa Claus mudou de nome. Na França, o Father Christmas dos ingleses foi traduzido para "Père Noël", na Espanha para "Papá Noel" e em Portugal para "Pai Natal", espalhando-se rapidamente pela América Latina.

Dizem ainda que o visual moderno do Papai Noel --roupas vermelhas e gorro com barrete branco-- teria sido uma invenção da Coca-Cola, que nos anos 30 promoveu uma campanha "repaginando" o Bom Velhinho com as cores oficiais do produto. 






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