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Cidades
Sexta - 30 de Dezembro de 2011 às 15:05
Por: Débora Siqueira

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A Tribuna
Caso não haja novas negociações, médicos abandonarão Samu em fevereiro
Caso não haja novas negociações, médicos abandonarão Samu em fevereiro
Médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da região Sul decidiram em assembléia, realizada na noite de quinta-feira (29), pedir demissão em massa a partir de 1º de janeiro. Após cumprir o prazo de 30 dias de aviso prévio, embora sem necessidade, pois a contratação deles não é regida por contrato de trabalho, os médicos devem deixar de atender a partir de fevereiro.

A decisão radical pode atingir uma população de pouco mais de 300 mil pessoas em Rondonópolis, Jaciara, Campo Verde e Primavera do Leste. Pacientes das três últimas cidades são regulados pela central do Samu, em Rondonópolis, e a partir de janeiro devem passar a ser regulados pelas próprias prefeituras locais. Dos 15 médicos do Samu, um já tinha deixado o serviço por mudança de cidade, três pediram demissão anteriormente e os demais decidiram acompanhar os colegas.

Um documento elaborado pelo Sindicato dos Médicos será entregue a prefeitura comunicando a decisão dos profissionais da medicina. A decisão pode ser revertida caso o poder público garanta, com urgência, a estrutura de trabalho necessária. Mais do que a questão salarial ou a falta dos direitos trabalhistas, os médicos reclamam das más condições das ambulâncias, alojamento e da sala de atendimento, e criticam a existência de apenas uma linha telefônica do serviço 192 para atender quatro municípios.

“Deram uma gratificação de 30%, uma parcela única de abono, mas não é esse o nosso foco. Desde setembro estamos esperando as promessas de melhorias no Samu e até hoje nada foi feito, agora prometem de novo e nada acontece. Não dá para esperar. O prefeito não chama para conversar e quando houve reunião, ele saiu no meio das discussões”, reclamou o médico demissionário Hermógenes Ferreira de Oliveira.

Outro lado

O coordenador do Samu em Rondonópolis, Adriângelo Magalhães, diz que ainda não foi notificado da decisão dos médicos. Apenas na segunda-feira (02) de janeiro, os serviços administrativos serão retomados. “Tudo o que sei, vi pela imprensa, não fui comunicado oficialmente de nada”.

O prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (PMDB), havia comentado com a reportagem do Olhar Direto que os médicos do Samu colocam apenas a prefeitura de Rondonópolis como foco das reclamações. “Nossa obrigação é custear 25% do serviço. Outros 25% são de responsabilidade do Estado e outros 50% do Ministério da Saúde. Estamos aplicando 35% no Samu, reformando três ambulâncias, compramos equipamentos, construção da nova central de regulação. Precisamos que o governo federal cumpra o seu papel”.

Ele também ponderou que não é justo apenas a prefeitura de Rondonópolis suportar todas as despesas, já que o serviço também atende outras cidades da região Sul. Pátio informou ainda que o repasse de novas ambulâncias é de competência do governo federal a cada três anos ou a cada 3 mil quilômetros rodados.
 





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