Advogada repudia postura de colega e diz que vai acionar a Justiça
A advogada Débora Simone Rocha Faria, que tem como cliente o prefeito de Barra do Bugres, Wilson Francelino de Oliveira, conhecido como Wilson da Casa do Pescadô (PSD), repudia a postura do colega advogado Saulo Almeida Alves, que denunciou o presidente da Assembleia, deputado José Riva (PSD), e o desembargador Dirceu dos Santos por tráfico de influência e venda de sentença. "Saulo foi anti-ético ao denegrir a imagem de pessoas conceituadas", critica a advogada.
Conforme denúncia de Saulo, feita à Polícia Federal no último dia 22, Riva teria pedido que Dirceu beneficiasse o prefeito do mesmo partido em sua decisão. Saulo, que aguardava audiência com o desembargador assim como outros advogados, presenciou a visita de Riva ao gabinete do magistrado. Minutos depois Dirceu teria lhe confessado, por engano, que decidiria em favor de Wilson a pedido da Assembleia. Coincidência ou não, no mesmo dia, o prefeito, que estava afastado por decisão de primeira instância acusado de improbidade administrativa na compra de remédios, foi reconduzido ao cargo.
Débora, por sua vez, acusa Saulo de agir com interesse pessoal. "Ele está buscando a todo custo que a Justiça lhe mantenha em emprego público, porque ele foi nomeado secretário de Administração e Finanças do município pelo prefeito em exercício, na época o Júnior Chaveiro", afirma a advogada.
Ela ainda acusa o colega de também ter motivações políticas. "Outra situação que move o advogado e o vice-prefeito é o fato das eleições estarem próximas e o prefeito estar bem nas pesquisas", afirma.
A advogada diz que o prefeito Wilson Pescadô está de férias, mas se depender dela irá processar civil e criminalmente o advogado Saulo. "Para que da próxima vez ele tenha mais responsabilidade antes de apontar o dedo a alguém", justifica.
Como o próprio desembargador Dirceu, Débora também questiona a presença de Saulo na sala de espera do gabinete do magistrado. "O que ele estava fazendo ali? Ele ía tentar impedir a decisão do magistrado? De que forma? Ele ía fiscalizar o Judiciário? O advogado conversa com desembargador por meio de petição", alfineta.
Inocência
Débora também nega a acusação de Saulo de que houve venda de sentença e sustenta que seu cliente foi reconduzido ao cargo porque é inocente. Ela afirma que Wilson não era prefeito de Barra do Bugres quando ocorreram as irregularidades na compra dos medicamentos da Sulmed. As improbidades teriam acontecido na gestão de Aniceto Miranda (PT), entre 2007 e 2008, e o atual prefeito Wilson Francelino só assumiu em 2009.
Ela salienta que não existe nada que ligue às fraudes ao prefeito. Segundo Débora, em todo relatório da Operação Saúde, deflagrada pela Polícia Federal, em nenhum momento o nome de Wilson foi citado e, por isso, qualquer desembargador iria decidir em favor do gestor. Ela chega a afirmar que o promotor Rinaldo Segundo se equivocou ao pedir o afastamento do prefeito e o bloqueio de seu bens. "Considero que a ação civil pública foi construída em meras suposições contra o prefeito", argumenta.
Débora rebate ainda o argumento do Ministério Público de que, depois que assumiu a administração do município, Wilson deveria ter conhecimento dos atos dos servidores envolvidos no esquema e, mesmo assim, não os exonerou. Ela alega que o prefeito não tinha como saber o que todos os 1.280 funcionários da prefeitura fazem e que o prefeito hoje não pode mais ser punido pelo erro dos servidores.
A jurista avalia que a juiza Tatiane Colombo só afastou o prefeito porque deve ter confundido ele com um outro Wilson que teve o telefone grampeado pela PF e aparece pedindo propina. Este outro seria o coordenador de licitação da prefeitura, José Wilson Pereira Lage, o popular Maisena, que chegou a ser preso na Operação.
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