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Palestrante alerta que a criança é um sujeito de direito
Preocupada em fazer o educador entender a mudança que houve no sistema de ensino com a inclusão da educação infantil na básica, a pós-doutora Jorcelina Elizabeth Fernandes, alerta para a necessidade de reconceitualização da criança enquanto sujeito de direito e cidadão. Professora da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, ela defendeu esta tese durante a palestra ministrada para os profissionais da Rede de Ensino de Rondonópolis, na noite da quarta-feira (6), no auditório da Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus.
Diante de um auditório lotado, Jorcelina Fernandes partiu da realidade do sistema educacional da década de 1970, quando o Estado ofertava pré-escola às crianças de 4 e 5 anos, de forma assistencialista e em espaços diferentes da escola. Em seguida retoma a visão trazida pela Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, para avaliar a democratização do sistema e o papel do professor. Em sua opinião, o educador deve se basear nos conceitos da própria infância para renovar a prática pedagógica e enxergar o ‘cuidar’ como ‘educar’.
“Temos que ter clareza das nossas concepções. Daquelas que estão arraigadas em cada um de nós, enquanto sujeitos/pessoas, na trajetória de nossas infâncias e o que somos hoje. É a partir daí que vamos organizar a escola de outra forma”, argumenta. Outro aspecto apontado pela palestrante é a questão da sociedade que fez a construção histórica da infância. Ela destaca os movimentos sociais, como a revolução de 64 e o ingresso da mulher no mercado de trabalho, dentre os fatores que influenciaram nas mudanças que se concretizam atualmente.
“Com a educação infantil integrando a básica, vamos construir novos significados e conceitualizações. Para isso, nós professores temos de tomar consciência da nossa história, apesar dela nos colocar em xeque. Senão, vai-se colocar essa criança naquela concepção que nós tivemos. Hoje temos a necessidade de compreender a infância dentro da educação básica e reconhecer a criança como um sujeito de direito. Ela existe. É um cidadão que traz seu histórico familiar e social. Tudo isso é desafiador e temos de nos preparar para esse papel”, orienta.
Jorcelina Fernandes acredita que o desdobramento de como vai se organizar a oferta da educação infantil é que vai construir a cultura na sociedade, da criança enquanto sujeito de direito. Ela considera como ponto de partida para os educadores brasileiros as normas da Constituição Federal promulgada no dia 5 de outubro de 1988. “A constituição soma 25 anos e está carregada de novas concepções. A partir dela ainda temos que caminhar bastante”, aconselha.
A discussão sobre ‘a formação continuada centrada na escola da infância – sensibilidade e compromisso no aprender a ser’ marcou o encerramento do Ciclo de Palestras 2013 da Rede Municipal de Educação que teve como principal abordagem ‘as políticas educacionais para a infância – um desafio permanente’.
Fonte:
Olhar Direto
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