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Sexta - 13 de Janeiro de 2012 às 20:33

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 A juíza Cynthia Andraus Carretta, diretora do Fórum de Rio Claro, a 173 km de São Paulo, a quem foi endereçada uma bomba de fabricação caseira que explodiu na tarde de quinta-feira (12), já havia recebido ameaças indiretas. A afirmação foi feita nesta sexta (13) pelo delegado seccional de Rio Claro, Roberto José Daher. A juíza não estava no fórum no momento da explosão, que deixou duas pessoas feridas.

“Ela recebeu algumas ameaças, não pessoalmente, mas ameaças através de e-mails e de blogs dirigidos a advogados que representam adversários das pessoas que estão sendo investigadas”, afirmou o delegado na tarde desta sexta.

A Polícia Civil ainda procura suspeitos. “Estamos investigando pessoas ligadas à Vara da Família. Como ela é juíza eleitoral, a gente também está investigando os processos eleitorais das cidades onde ela exercia essa função”, afirmou.

De acordo com o Globo Notícia, até o final da tarde desta sexta-feira (13), sete pessoas haviam prestado depoimento. A polícia teve acesso a imagens de circuitos de segurança de estabelecimentos que ficam nas proximidades do fórum. Segundo o delegado, a polícia acredita já ter descoberto o horário aproximado em que o artefato explosivo foi deixado no fórum.

Mais segurança
Durante a tarde, representantes do Tribunal de Justiça de São Paulo e da Polícia Militar e seguranças estiveram no fórum para melhorar os procedimentos de segurança do imóvel. O tenente coronel Armando César Guilherme, comandante da Polícia Militar em Rio Claro, reconheceu que o sistema de segurança era precário. “Havia um procedimento de segurança precário, sem tecnologia.” A PM informou que vai reforçar a segurança do fórum, que irá reabrir normalmente na segunda-feira (16). Um controle maior do fluxo pessoas também será implementado.

O diretor em exercício do fórum, Cláudio Pavão, afirmou que não tinha conhecimento das ameaças contra a juíza, mas disse que isso é algo comum na profissão. “Essa tentativa de intimidação surte efeito contrário. Ela só nos fortalece no sentido que a gente vai trabalhar com mais afinco para dar maior solução às demandas”, disse.

Segundo ele, Cynthia está fazendo exames de rotina e não voltou ao trabalho após o recesso dos funcionários do Judiciário. O Tribunal de Justiça determinou que ela receba escolta.

“Dentro do que é possível, ele [o sistema de segurança] funciona. Agora é impossível controlar 100% todas as ações criminosas”, observou o diretor em exercício do fórum. Segundo ele, o detector de metais funciona e câmeras de segurança começaram a ser instaladas recentemente no imóvel, mas ainda não estão em atividade.

Pavão afirmou que conversou com Cynthia pelo telefone e que ela ficou preocupada com o ocorrido. “Da mesma forma que os demais juízes, isso não a intimidou.” Ainda não há previsão de quando ela retomará suas funções.

Presidente do TJ-SP, Ivan Sartori diz que profissão de juiz é de risco (Foto: Marcelo Mora/G1)Presidente do TJ-SP, Ivan Sartori diz que profissão
de juiz é de risco (Foto: Marcelo Mora/G1)

Profissão de risco
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, afirmou na tarde desta sexta que é possível que tenha ocorrido uma vingança. "Não temos notícias de novas ameaças a juíza. Apuramos que era um problema de guarda familiar de menor. Foi uma vingança, uma pessoa que tentou aterrorizar a juíza. O Judiciário não vai deixar que isso aconteça. Tomamos todas as providências necessárias para garantir a segurança dela."

“Isso só mostra que essa função de magistrado, de juiz, oferece perigo. As pessoas não imaginam o desgaste psicológico ao qual o juiz está submetido. É uma profissão de risco", afirmou Sartori.

Segundo ele, há 700 prédios de fóruns pelo estado. Para fazer a segurança de todos, segundo ele, são necessários R$ 210 milhões por ano. Atualmente, disse, não são gastos 2/3 do valor.

Explosivo
O artefato explosivo, feito com pólvora, estava escondido dentro de um papai Noel e estava dentro de uma caixa embrulhada com papel com motivos natalinos. Segundo a PM, ele não tinha remetente e era destinado à juíza. “O criminoso potencializou a ação utilizando pregos, tachinhas e vidro para aumentar o poder de destruição e de ferimento do artefato. Quem o montou tinha conhecimento razoável”, explicou Rodrigo Arena, comandante da Força Tática de Rio Claro. Ele só explodiu no momento em que um dos funcionários inseriu uma pilha, segundo Arena.

Estado de saúde
Um dos funcionários ferido precisou de atendimento médico, mas já estava em casa nesta sexta-feira. O outro seguia internado nesta tarde. Segundo o presidente da Comissão de Segurança da OAB de Rio Claro, Adriano March, ele passa bem, mas deve ser transferido para um hospital em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, para uma operação na mão esquerda.

Colaborou Marcelo Mora, do G1 SP





Fonte: Do G1 SP

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