Barei, em Sinop, espera fazer a colheita da soja
para plantar o milho (Foto: Reprodução/TVCA)
Em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, o produtor Leonildo Barei estima plantar 600 hectares com o milho. No entanto, ele não conseguiu adquirir a variedade que pretendia para fazer o plantio. “Mesmo assim, comprei uma última que estava no mercado, se não teria que comprar uma segunda linha”, declarou o produtor. Conforme Barei, pelo menos um mês antes de ser iniciada a tradicional venda de sementes pelas empresas o produto não era mais encontrado.
Nas revendas, gerentes falam também em cancelamentos de pedidos e prejuízos econômicos. “Quem hoje estiver optando por plantar um milho de alta tecnologia, alta produtividade acaba pagando mais caro devido toda essa falta e cancelamento. Teve milho que chegou a subir até 30% o valor de uma saca de semente”, disse em entrevista à TV Centro América de Sinop.
Preços
A alta no preço do cereal no estado, que apresentou aumento de 6,3% de dezembro de 2011 para janeiro de 2012 também pode ter favorecido o interesse do produtor em busca de assegurar a safra. É o que também acredita Rogério de Andrade Coimbra, engenheiro agrônomo.
“O valor do milho hoje é mais de 100% [maior] em relação ao que estava sendo comercializado em 2009, 2010, 2011, o que levou o produtor a plantar milho”, argumentou.
O interesse pela segunda safra de milho pode ser sentida também pelos números de comercialização, que seguem em estágio avançado. As vendas antecipadas do produto atingiram até a segunda semana de janeiro alta de 47,5%. Na prática, os agricultores já venderam quase a metade dos 9,8 milhões de toneladas que ainda serão produzidos.
Exportação
Em 2011, as exportações mato-grossenses bateram recordes e a receita gerada pela venda do cereal foi a maior dos últimos quatro anos, conforme o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Entre janeiro a dezembro foram embarcados US$ 1,6 bilhões do produto. Em 2008, por exemplo, os negócios atingiram US$ 566 milhões.
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