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Polícia
Sexta - 20 de Janeiro de 2012 às 23:39

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Dois comerciantes afirmaram à Polícia Civil nesta sexta-feira (20) ter visto o carro da dona de casa Geralda Lúcia Guabiraba, encontrada morta e desfigurada no sábado (14), sendo conduzido pela Estrada de Santa Inês por um homem “forte e pardo”. A via é a mesma onde fica a Pedra da Macumba – local onde a vítima foi encontrada, em Mairiporã, na Grande São Paulo.

Segundo a delegada Claudia Patrícia Dalvia, do Distrito Policial central do município, as testemunhas acrescentaram que o veículo era seguido por outro carro. Uma das testemunhas disse que conseguiu visualizar o condutor porque ele estava com a janela aberta e diminuiu a velocidade ao passar por uma lombada.

A versão dos comerciantes contraria o telefonema anônimo recebido pela delegada na noite de segunda (16). Na ocasião, uma pessoa disse ter visto o carro de Geralda trafegando sem ser seguido pela estrada.

Segundo a delegada, a linha mais forte de investigação é que o crime esteja relacionado com magia negra. “Esta linha está muito mais forte que a da vingança. Mas nenhuma hipótese está descartada.” Três fatores reforçam a ideia de que a dona de casa tenha morrido em um ritual: a data do crime – uma sexta-feira 13 –, o local onde ele foi realizado e o modo como foi executado. Além de ter sofrido um grande corte no pescoço, a vítima teve a pele do rosto e os olhos retirados.

Corte
O profundo corte do pescoço é a provável causa da morte de Geralda. O laudo do exame necroscópico feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) só será divulgado na segunda (23). Para fazer o corte e, posteriormente, extrair a pele do rosto da vítima, o executor pode não ter utilizado instrumentos cortantes afiados. “Pode ter sido um caco de vidro ou uma faca cega, pelo tipo de corte feito”, afirmou Claudia.

Pela prévia à qual a delegada teve acesso sobre o laudo, também já é possível afirmar que os cortes no rosto da vítima foram feitos por alguém com alguma prática no manejo de instrumentos cortantes, como facas ou bisturis, mas que não se trata necessariamente de um especialista, como um cirurgião, por exemplo. A prévia indica ainda que a vítima também foi golpeada pelas costas, mas em momento algum esboçou reação, o que reforça a possibilidade de ela ter sido sedada antes de ser atingida.

De acordo com a delegada, a possível sequência da morte da dona de casa é a seguinte: primeiro ela foi sedada, em seguida morta com o profundo corte no pescoço e só depois teve o rosto desfigurado, com a pele e os olhos arrancados. Pela quantidade de sangue encontrado junto à Pedra da Macumba, onde o corpo foi localizado, na Estrada de Santa Inês, já em Mairiporã, a vítima deve ter sido morta no local.

Pelo menos 12 pessoas foram ouvidas até esta sexta pela polícia. Agora, os policiais pretendem ouvir no fim do mês ou no início de fevereiro o psiquiatra que a acompanhou durante um tempo.

Morte semelhante
Uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cedeu a cópia de um inquérito ocorrido há cerca de 12 anos. O documento diz respeito a um assassinato ocorrido na Zona Sul de São Paulo em que a vítima, de 22 anos, sofreu lesões semelhantes. Neste caso, porém, o corpo foi encontrado com as mãos amarradas. O crime não foi esclarecido.

O ex-delegado Nathan Rosemblat, que cuidou do caso à época, esteve nesta sexta na delegacia. Ele negou que o crime de 2000 tenha tido relação com magia negra. “Foi inveja ou ciúmes o que deve ter despertado este furor. Pois era uma menina muito bonita.“ Ele não quis comentar a morte de Geralda. “Não estou credenciado para analisar o caso”, disse o ex-policial, que atualmente trabalha como advogado.





Fonte: Do G1 SP

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