Supremo começa a julgar ação que limita poder do CNJ
O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou na tarde desta quarta-feira (1º) a julgar a ação da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que tenta fazer valer a tese de que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) só pode investigar magistrados após processo nas corregedorias dos tribunais estaduais.
Os ministros também analisam a liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello no fim do ano passado, que foi favorável à AMB.
A ação já estava na pauta do tribunal desde setembro do ano passado. Os próprios ministros decidiram, no entanto, adiar sua análise até que construíssem um acordo.
Chegou-se a falar de um voto intermediário, que seria proposto por Luiz Fux, com a ideia de priorizar o trabalho das corregedorias, mas criando regras e prazos que possibilitassem uma atuação do CNJ em caso de paralisia.
Ministros ouvidos pela Folha avaliaram que a decisão de Marco Aurélio inviabilizou a construção do consenso e polarizou a questão. A tendência é um julgamento apertado, mas com a anulação da liminar como resultado final.
A sessão de hoje também marca o início do ano Judiciário e a estreia da nova ministra Rosa Maria Weber, indicada para o Supremo pela presidente Dilma Rousseff para a vaga deixada por Ellen Gracie, que se aposentou.
PELUSO
Mais cedo, na solenidade de abertura do ano judiciário, o presidente da Corte, Cezar Peluso, falou sobre o tema e, apesar de elogiar a atuação do CNJ, ele destacou que os ministros do Supremo não podem ser pressionados a adotar "interpretações que lhes repugnam à consciência".
"No debate apaixonado em que se converteu questão jurídica submetida ao juízo desta Corte, acerca do alcance e limites das competências constitucionais do CNJ, perde-se de vista que seu âmago não está em discutir a necessidade de punição de abusos, mas apenas em saber que órgão ou órgãos deve puni-los. Entre uma e outra coisas vai uma distância considerável", afirmou Peluso.
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