Após Banco Central, hackers atacam sites de mais três bancos
Os sites dos bancos PanAmericano, Citibank (nacional e internacional) e BMG ficaram instáveis na manhã desta sexta-feira. Os hackers do grupo "Anonymous Brasil" reivindicam o ataque à pagina virtual das instituições financeiras. A página da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) também apresenta problemas.
Mais cedo, o alvo teria sido o Banco Central. No Twitter, o grupo escreveu: "Escolhemos um alvo de testes antes, só para calibrar nossas armas: http://www.bcb.gov.br. Apenas um teste rápido..."
À tarde, foi a vez do site da Cielo apresentar instabilidade. Por volta das 15h15, quando a reportagem entrou em contato com a empresa, a assessoria de imprensa confirmou que a página estava fora do ar, mas ainda não tinha um diagnóstico.
Sobre o Citibank, o "Anonymous Brasil" afirmou: "Atenção marujos: Belo tiro! http://www.citibank.com & http://www.citibank.com.br foram alvejados! Tango Down! Aqui e lá!".
Na sequência, postou: "Maaa Oeee!!! http://panamericano.com.br Tango Down! "A pipa do vovô não sobe mais!"".
O "Anonymous Brasil" já reivindicou nesta semana a autoria dos ataques aos sites de Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e HSBC.
Procurado, o Banco Central informou que "no início da manhã houve uma sobrecarga de acessos ao site, ocasionando instabilidade e lentidão para abertura de páginas por alguns minutos". De acordo com a instituição, não foram afetados sistemas ou transações.
Em nota, o PanAmericano disse apenas que "o site está indisponível no momento, possivelmente por sobrecarga de acessos".
Já o BMG informa em comunicado que "sofreu uma sobrecarga de acessos em sua página na internet, o que tornou o sistema mais lento em alguns períodos da manhã". O banco ressaltou que "a segurança operacional não foi afetada e que o endereço eletrônico já está operando normalmente".
O Citi disse que a página de internet do banco sofreu uma interrupção temporária no serviço. "Nossa equipe trabalhou imediatamente para resolver o problema, e as operações foram restauradas no prazo de uma hora." Segundo o banco, não houve problemas com a integridade de dados ou informações de contas do clientes. "Pedimos desculpas por qualquer inconveniente."
A Febraban afirmou que não há risco em momentos de instabilidade na internet. "O congestionamento da rede não é uma invasão. É uma perturbação que ocorre por causa da elevação no volume de acessos, o qual impede a realização de transações bancárias", disse. A entidade orienta os clientes bancários a aguardar um tempo para retomar o acesso se o site estiver fora do ar.
"O que os bancos já fazem e continuarão a fazer é atualizar seus procedimentos de segurança, com o uso de novas tecnologias. As instituições financeiras mantêm um monitoramento constante do uso e do status da rede para assegurar seu bom funcionamento", disse. A Febraban afirmou ainda que o papel da tecnologia da informação é dos mais estratégicos para o setor bancário: "assegura comodidade aos seus clientes, garantindo a oferta de serviços onde o consumidor estiver e faz do setor bancário brasileiro um dos mais modernos, inovadores e seguros do mundo, com expressiva capacidade de efetuar transações online".
"A Febraban ressalta que os sites dos bancos são seguros e dispõem de medidas de proteção dos dados e contas dos clientes que estão entre os melhores do mundo. Episódios de sobrecarga nos acessos a sites de alguns bancos ocorridos nos últimos dias não representaram nem representam ameaça aos dados pessoais e contas correntes dos clientes."
OBJETIVO
Os brasileiros do grupo hacker Anonymous afirmaram que os ataques realizados aos sites de instituições bancárias não possuem como objetivo roubar informações ou explorar outras falhas de segurança, apenas chamar a atenção para questões de ativismo do grupo.
Em entrevista à Folha, o grupo ainda afirmou que é composto por sete integrantes com idade entre 25 e 35 anos e que parte deles são profissionais do setor de tecnologia.
Eles se definem como ativistas e ressaltaram que seus ataques são para chamar a atenção da população para a "corrupção e a podridão da política nacional".
O grupo também afirmou que ao contrário da maioria dos ataques conhecidos, onde hackers espalham softwares maliciosos em diversas máquinas da internet para deflagrarem suas ações, eles utilizam poucos computadores, mas com poder de processamento semelhante aos servidores dos grandes bancos.
Ainda segundo eles, a série de ataques batizada de #OpWeeksPayment realizados nesta semana foi planejada com antecedência.
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