Prefeitos cobram resposta do Estado para assassinato de
A Associação dos Municípios do Norte do Araguaia (AMNA) assinou na manhã desta terça-feira (07) em Cuiabá uma moção de repúdio destinada à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e ao Ministério Público (MP) pela flagrante impunidade no assassinato do prefeito de Novo Santo Antônio (a 1.120 km de Cuiabá), Valdemir Antônio da Silva (PMDB), o “Quatro Olhos”, em julho passado.
Os sete acusados de terem cometido o crime respondem em liberdade, uma vez que a Justiça lhes concedeu o direito recentemente – o que provocou a indignação da população de Novo Santo Antônio e a moção de repúdio assinada pelos prefeitos da região do Araguaia, que anseiam por uma resposta do poder público.
“Quatro Olhos” foi morto por três disparos de arma de fogo, dentro de casa. Ele tinha acabado de chegar à residência e estava com seus dois filhos por perto quando pistoleiros o atacaram. Duas pessoas foram presas por suspeita de participação em agosto e outras cinco foram detidas posteriormente.
Presidente da AMNA, o prefeito de Querência, Fernando Gorgen, se diz abismado por saber que há, neste momento, bandidos transitando em meio aos cidadãos de bem nas cidades do interior de Mato Grosso – com o agravante de que a impunidade compromete candidaturas a prefeito e o exercício do processo democrático.
“Isso pega muito mal na sociedade. É quase que um incentivo ao crime essa impunidade. Os prefeitos estão amedrontados e indignados com essa situação. Pra você ter uma idéia, eu tive uma reunião esses dias de três partidos políticos e a preocupação era escolher o vice. Porque, dependendo de quem você escolhe, podem tomar o poder depois, pode ser assassinado o candidato. Agora, quando o político que está bem na pesquisa já está com medo, no Araguaia, de ser morto durante a campanha”, desabafou Gorgen.
“Eu escutei candidato que está bem na pesquisa falando pra mim ‘Eu não vou sair candidato, prefeito. Se eles souberem que estou bem na pesquisa, vão me matar antes de eu me candidatar’. Isso provoca um clima de insegurança muito grande. Isso é ruim prá democracia, isso é ruim prá população, isso é ruim prá sociedade. Então, o Araguaia está realmente indignado, está preocupado com esta situação”.
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