Riscos da ultramaratona não compensam, diz médico
Quer aval para fazer ultramaratona? Não conte com os médicos. Para eles, os eventuais benefícios da atividade não compensam os riscos.
"Ninguém precisa desse volume de treino e de provas tão exigentes para se beneficiar da atividade física. E é praticamente impossível fazer uma ultramaratona sem prejudicar, no mínimo, o aparelho locomotor", diz Paulo Zogaib, professor de medicina do esporte da Unifesp.
Fazer ultramaratona é "insano", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho, Ricardo Cury. "Mesmo na maratona tradicional, o risco de lesões é grande. E cresce exponencialmente com o aumento do esforço exigido", afirma.
A sensação de bem-estar por ter cumprido o desafio pode superar danos para alguns, diz Zogaib. Mas a maioria não sai ilesa da prova.
Além dos efeitos da sobrecarga nos músculos e articulações, o excesso afeta os sistemas endócrino e imunológico e o coração. "O músculo cardíaco também entra em fadiga", diz Zogaib.
Há, sim, uns poucos atletas que conseguem manter os riscos sob controle. Para os outros, o prêmio pode ser uma lesão por toda a vida.
"Do ponto de vista fisiológico, não há dúvida de que esse tipo de atividade está descartado", diz Zogaib.
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