Servidores que atuam no setor de Habilitação do órgão vão retomar o atendimento; categoria está em greve há 20 dias
Detran retornam ao trabalho depois de 20 dias parados.
Nesta segunda-feira, cerca de 30 servidores do setor de Habilitação responsáveis pela banca examinadora de exames práticos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) retornam ao trabalho, depois de 20 dias parados.
A decisão foi tomada em reunião a portas fechadas na manhã de ontem, entre trabalhadores, representantes do órgão de trânsito e donos de autoescolas, que fizeram manifestação pelo fim da greve levando carros para o pátio e bloqueando o acesso a sede do Detran.
A reunião aconteceu no auditório do órgão, sob proteção de pelo menos 40 policiais da Rotam (Ronda Ostensiva Tático Metropolitana), da Polícia Militar. A comissão de greve e diretores do Sindicato dos Servidores (Sinetran) foram proibidos de participar. O clima chegou a ficar tenso entre grevistas e donos de autoescolas.
Barrados, os grevistas e sindicalistas se aglomeram na porta do auditório e lá ficaram até o final da reunião, entretanto, nada puderam fazer para manter os colegas do setor de Habilitação em greve.
A presidente do sindicato, Veneranda Acosta, acusou a presidência do Detran e o Sindicato do Centro de Formação dos Condutores de pressionar os funcionários a voltarem às atividades.
Já o presidente do órgão, Gean Castrillon, além de negar a acusação, reafirmou que irá cortar os pontos e cobrar a multa diária de R$ 100 mil imposta pelo Tribunal de Justiça caso os servidores não retornem ao trabalho imediatamente.
Veneranda diz que os donos de autoescolas chegaram às 7 horas com dezenas de carros, trancaram a guarita principal do Detran, constrangendo os servidores que estão em greve. “Fizeram isso por conta de interesses financeiros deles e não estão preocupados com o bom atendimento a população”, criticou, avaliando a ação como postura anti-sindical.
De acordo com o presidente do Sindicato do Centro de Formação de Condutores de Mato Grosso, Djalma Nogueira, a paralisação tem causado prejuízo. "Desde o início da greve, novos clientes deixaram de procurar as autoescolas e os que já existiam pararam de fazer as aulas", comentou. A queda no movimento, segundo ele, foi de 70%.
Conforme Nogueira, 476 centros de formações são ligados ao sindicato. "Estamos com 100% de representantes dos centros presentes na manifestação", contou.
Na última quarta-feira, a desembargadora Serly Marcondes Alves acatou o pedido de antecipação de tutela do governo e decretou a greve dos servidores como ilegal e condenou o sindicato ao pagamento de multa diária em caso de descumprimento, ou seja, se não retornar ao trabalho.
Mesmo assim, a maioria dos servidores decidiu pela manutenção, enquanto aguarda julgamento do recurso impetrado contra a liminar da juíza Serley Alves.
REIVINDICAÇÕES - Os servidores querem DetranNet controlada pelo órgão e não pelo Cepromat, reestruturação organizacional da autarquia com a redução de cargos comissionados, não terceirização dos serviços de vistoria veicular/ambiental à iniciativa privada , entre outras.
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