Os haitianos estão em Mato Grosso desde o dia 18 de janeiro. Um dos integrantes do grupo, Wasnaldo Colon, de 24 anos, informou ao G1 que o patrão havia combinado um valor de salário, mas quando o grupo chegou ao local, os haitianos foram informados de que o pagamento ocorreria de outra forma. “Quando nós fomos contratados, eles informaram que iriam nos pagar R$ 900. Mas quando chegamos aqui [em Mato Grosso], nos falaram que iriam ser descontadas as despesas de alimentação e moradia e que nosso salário iria cair para R$ 742”, contou.
Otto Frank informou que o grupo fugiu do local. Ele disse ainda que os haitianos não haviam batido o ponto antes de deixar a fábrica e que R$ 742 seria o salário inicial. Otto negou que estava cobrando as despesas de moradia e alimentação dos haitianos.
Wasnaldo Colon disse ainda que quando procurou Otto, ele não quis pagar os 15 dias trabalhados quando ele e seus conterrâneos informaram que iriam deixar o local. “Quando falamos que iríamos deixar o local, o patrão disse que só iria pagar a nossa passagem e mais R$ 100 para cada um”, contou. O grupo informou que quatro haitianos ainda permaneceram na empresa e um já havia deixado o local.
O policial rodoviário Vinicius Figueredo, em entrevista ao G1, contou que o grupo procurou o posto da PRF após terem abandonado a fábrica. O grupo foi encaminhado por dois policiais da PRF para a Casa do Migrante, em Cuiabá, que é uma instituição ligada à Igreja Católica. “Eles chegaram caminhando até a nossa unidade dizendo que queriam ir até a Polícia Federal. Eles nos relataram que haviam deixado a empresa onde estavam por causa de mudanças no pagamento deles”, informou.
A representante da Casa do Migrante, Eliana Vitaliano, disse que a instituição dará todo o auxílio necessário. “Pra gente esta é uma situação nova, mas iremos ajudá-los até que seja resolvida a situação deles”, pontuou.
A Superintendência do Trabalho informou que antes de tomar qualquer medida deverá ouvir os haitianos para tomar conhecimentos das causas do abandono do emprego. Segundo o chefe de Fiscalização do Trabalho, Amarildo Borges Oliveira, eles devem ser ouvidos na manhã desta quinta-feira (09). O órgão ainda não decidiu qual será o destino do grupo.
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