Número foi apontado pelo Relatório do Movimento Todos Pela Educação. Apenas 43% dos jovens terminaram o ensino médio antes dos 19 anos.
Mais de 80 mil crianças e jovens estão fora da sala de aula em MT

O último relatório do Movimento Todos Pela Educação, que monitora o ensino no país, apontou que em Mato Grosso mais de 80 mil crianças e jovens em idade escolar estão fora da sala de aula. Até 2022, um dos desafios é atingir 98 % ou mais de crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados e frequentando a escola. Apesar de Mato Grosso registrar aumento no número de crianças que concluíram o ensino fundamental e de jovens no ensino médio, a situação do estado ainda é preocupante.

De acordo com a assessora técnica da secretaria estadual de Educação (Seduc), Rosa Neide, o estado tem defasagens no ensino rural e nas redes municipais de ensino que ainda não possuem um atendimento especial para as crianças de 4 e 5 anos. “Na década passada tivemos que tirar os alunos do campo e trazer para a cidade de ônibus. Hoje nós entendemos a importância das crianças ficarem mais próximas das suas residências, então fazemos a política de construção das escolas no campo. Nós temos também as redes municipais que foram de uma hora para outra obrigadas a ofertar ensino em creche de 0 a 3 anos e pré-escola para 4 e 5 anos”, explicou.

 

 Dentre as metas do Movimento Todos pela Educação para a próxima década está a de que toda criança seja plenamente alfabetizada até os 8 anos. Além disso, o aluno deverá apresentar aprendizado adequado a sua série. O relatório aponta também que até 2022 todo aluno deverá ter concluído o ensino médio com no máximo 19 anos de idade. Em Mato Grosso, 43% dos jovens se enquadram nesse perfil.

De acordo com o estado, o cumprimento das metas também depende de mais investimentos. Ainda segundo a assessora técnica da Seduc, para reverter a evasão escolar, a pasta discute o Plano Nacional de Educação. “A ideia é de que entre 7% e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) seja investido em educação e toda nossa expectativa é o aumento desse recurso”, pontua.

Uma das ações para evitar que os alunos deixem a sala de aula é a criação de oficinas de música e artes. “O aluno que estuda de manhã faz as oficinas após a aula e o aluno que estuda a tarde vem antes para o projeto, almoça na escola e já fica. Dentre as atividades que temos estão judô, banda fanfarra, rádio escolar, letramento, dança e futsal”, disse a coordenadora de projetos da Escola Estadual Dom José, do bairro Despraiado, Margarete Silva.