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Segunda - 13 de Fevereiro de 2012 às 08:06

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Grupo de haitianos afirmam que patrão descumpriu acordo (Foto: Deivison Almeida/G1)
Grupo de haitianos afirmam que patrão descumpriu acordo (Foto: Deivison Almeida/G1)
O dono da cerâmica de onde um grupo de haitianos abandonou o emprego afirma que a história não passou de um mal entendido. Os imigrantes afirmam que a empresa  descumpriu o acordo salarial.

O grupo de seis haitianos abandonou o trabalho em Nossa Senhora do Livramento, a 42 quilômetros de Cuiabá, na última quarta-feira (8), afirmando que o patrão não tinha informado que haveria descontos nos salários para pagar alimentação e moradia.

De acordo com Otto Frank, dono da empresa, o grupo não deixou o emprego por causa do salário, mas porque não demonstraram aptidão para o serviço. “Dois que vieram para trabalhar na empresa se adaptaram, os outros são mais adaptados em serviço de cidade, em mexer com a internet e aqui não encontraram isso”, declarou.

Otto Frank contou ainda que na segunda-feira, dia 30 de janeiro, o grupo foi apresentado à empresa, bem como ao sistema de pagamento de salário. No entanto, ele garantiu que na ocasião ninguém se manifestou contrário as normas. “Como eles não se adaptaram deviam ter comunicado a empresa antes de tomar uma decisão de sair assim. O Ministério Público do Trabalho (MPT) esteve aqui para fiscalizar e não encontraram grandes irregularidades aqui. O maior problema foi a saída dos haitianos”, explicou.

O gerente da empresa, Vile Frank, nega o desconto na folha de pagamento e que o salário inicial era de R$ 746 conforme tinha sido explicado aos trabalhadores, mas disse que o valor atingiria o combinado com o pagamento da insalubridade. “Aqui tem abrigo, habitação, incentivo da cesta básica. O salário deles era de R$ 746, somando com a insalubridade o valor pode chegar a R$ 900”, pontuou.

O dono da empresa, Otto Frank, assumiu os custos com parte das viagens para aqueles que pretendem deixar Mato Grosso. Segundo Vile Frank, os haitianos não quiseram levar a carteira de trabalho embora e aguardam o desfecho na casa do migrante em Cuiabá. A empresa tem o prazo de até o dia 16 de fevereiro para fazer o término da rescisão de contrato de trabalho dos seis haitianos. O Ministério Público do Trabalho (MPT) ouviu os haitianos e o dono da cerâmica, mas só vai fechar o relatório sobre o caso depois de receber todos os documentos da empresa.

 

 O caso
Os seis haitianos deixaram o local onde estavam trabalhando na cidade de Nossa Senhora do Livramento, a 42 km de Cuiabá, na tarde desta quarta-feira (8). Eles procuraram um posto da Polícia Rodoviária Federal que fica em Várzea Grande, afirmando que tinham percorrido o caminho até o local à pé. “Eles chegaram caminhando até a nossa unidade dizendo que queriam ir até a Polícia Federal. Eles nos relataram que tinham deixado a empresa onde estavam por causa de mudanças no pagamento deles”, informou o policial rodoviário Vinicius Figueredo.

O grupo chegou em Mato Grosso no dia 18 de janeiro, vindo do Acre, estado por onde os haitianos entraram no país. Em entrevista ao G1, o haitiano Wasnaldo Colon, de 24 anos, afirmou que o patrão havia combinado um valor de salário, mas quando o grupo chegou ao local, os haitianos foram informados de que o pagamento ocorreria de outra forma. “Quando nós fomos contratados, eles informaram que iriam nos pagar R$ 900. Mas quando chegamos aqui [em Mato Grosso], nos falaram que iriam ser descontadas as despesas de alimentação e moradia e que nosso salário iria cair para R$ 742”, contou.





Fonte: Do G1 MT

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