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Cidades
Quarta - 15 de Fevereiro de 2012 às 14:08

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O tenente da PM Paulo Sérgio Squiavo afirmou em depoimento nesta quarta-feira que Lindemberg Alves Fernandes, 25, disse "matei, matei, mas estou vivo" logo após a polícia invadir o apartamento em que ele manteve a ex-namorada Eloá Pimentel, 15, em cárcere por mais de cem horas em 2008. Lindemberg está sendo julgado em Santo André (Grande SP) pela morte da menina.

Rivaldo Gomes/Folhapress
Advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, deixa o Fórum de Santo André ao som de vaias; júri será retomado hoje
Advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, deixa o Fórum de Santo André ao som de vaias; júri será retomado hoje

Squiavo foi a última testemunha a depor. Segundo o tenente, que liderou a equipe que invadiu o apartamento, o rapaz largou a arma logo após os disparos, mas resistiu à prisão. Ele afirmou ainda que a invasão aconteceu apenas após ter ouvido um disparo de arma de fogo no imóvel.

A invasão aconteceu cinco dias após Lindemberg render Eloá e sua amiga, Nayara Rodrigues. As duas foram baleadas após a invasão da polícia. Eloá, que era ex-namorada do réu, foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo o tenente, a equipe responsável pelo gerenciamento da crise disse que as negociações não estavam avançando e que Lindemberg havia manifestado disposição de matar a refém. Com isso, foi determinado que se houvesse "um risco insuportável às vítimas" a equipe tática deveria intervir.

HOSTILIDADE

Ao ser retomado o julgamento na manhã desta quarta-feira, a promotora Daniela Hashimoto pediu para que as pessoas não hostilizassem a advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad. Ela disse que o público não pode confundir os atos do réu com o trabalho da defesa.

A advogada de Lindemberg já tinha pedido, quando chegou ao fórum, para que não fosse hostilizada. "Não sou a acusada, apenas estou garantindo o direito de defesa de Lindemberg", afirmou ela.

Ontem, Assad vaiada na frente do fórum e criticou a imprensa. "A imprensa está sendo leviana comigo e isso está colocando minha vida em risco", afirmou.

  André Monteiro/Folhapress  
Ronickson Pimentel, irmão de Eloá, chega com a mulher ao Fórum de Santo André para o terceiro dia de júri
Ronickson Pimentel, irmão de Eloá, chega com a mulher ao Fórum de Santo André para o terceiro dia de júri

RELEMBRE O CASO

Eloá Pimentel, 15, foi rendida pelo ex-namorado no dia 13 de outubro de 2008 e mantida em cárcere privado por mais de cem horas dentro do apartamento em que morava em um conjunto habitacional do Jardim Santo André, em Santo André.

Na ocasião, a adolescente estava em companhia de três amigos --dois garotos liberados no mesmo dia e de Nayara --também com 15 anos-- que, apesar de ter sido libertada 33 horas depois, retornou ao apartamento no dia 16 de outubro.

O desfecho do caso ocorreu na noite do dia 17 de outubro quando a polícia invadiu o apartamento, alegando ter ouvido um tiro de dentro do imóvel. A acusação diz que o rapaz atirou contra Eloá e Nayara, causando a morte da ex-namorada e ferindo a amiga dela na boca.

Durante as negociações, Lindemberg também teria atirado contra o sargento da PM Atos Valeriano. Ele foi o primeiro PM a chegar ao local e negociou a rendição de Lindemberg por cerca de 22 horas, até que o Gate assumisse.

Lindemberg responde por 12 crime. Entre eles estão homicídio qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio (contra Nayara e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado (contra Eloá, contra os dois amigos e duas vezes contra Nayara, por ter retornado ao cativeiro) e por disparos de arma de fogo.

Lindemberg e Eloá namoraram por três anos e estavam separados havia um mês quando ocorreu o crime.

  André Monteiro/Folhapress  
Plenário onde acontece o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, no Fórum de Santo André, Grande SP
Plenário onde acontece o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, no Fórum de Santo André, Grande SP
 





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