Na Argentina, mãe procura filho desaparecido em acidente de trem
Uma mãe movia "céus e terra" nesta sexta-feira em sua peregrinação por hospitais, necrotérios e cemitérios para encontrar seu filho, um passageiro desaparecido que não está na lista dos 50 mortos e 703 feridos de uma das maiores catástrofes ferroviárias na Argentina.
"Suplico que nos ajudem a procurá-lo! Lucas (Menghini Rey, de 20 anos). Ele saiu do trem vivo, ferido, ensanguentado, em choque, em uma maca e com um colar cervical. Falei com pessoas que o viram", disse a mãe, María Luján Rey, à Rádio 10.
Enrique Marcarian/Reuters | ||
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Lucas pegou na quarta-feira (22) o trem lotado --com 2.000 passageiros-- da linha que liga a capital à superpovoada periferia oeste. O trem chegou sem frear a uma plataforma da estação do bairro comercial de Once, colidindo contra o local.
O governo argentino se dispôs nesta sexta-feira a organizar uma busca pelo rapaz, inclusive em hospitais particulares onde poderia estar internado sem identificação.
Os casos de outras dez pessoas que estavam desaparecidas foram resolvidos, com a identificação de seus corpos pela Justiça, que também avançou na investigação do acidente, sob segredo de justiça.
Uma alta fonte judicial disse que nem o maquinista --Marcos Córdoba, de 28 anos-- nem qualquer outra pessoa tenha sido responsabilizada, e que a única novidade no caso é o pedido do promotor Federico Delgado para que o juiz Claudio Bonadío investigue os subsídios que a concessionária TBA recebia.
O titular da Auditoria Geral da Nação (AGN), Leandro Despouy disse nesta quinta-feira que foi feito "um relatório em 2008 sobre as deficiências do trem Sarmiento. "A situação era desastrosa e o sistema de freios, péssimo. Nada mudou desde então", afirmou.
O acidente em Once foi o terceiro mais grave da história ferroviária do país.
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