Sessenta e dois por cento dos mais de 9,8 milhões de toneladas que devem ser produzidos na segunda safra de milho, ciclo 2011/12, em Mato Grosso foram comercializados. O percentual representa um avanço de 33,2 pontos percentuais ante 2010/11, quando neste mesmo período do ano a venda da safrinha havia alcançado 28,8%. O mês de fevereiro marcou o retorno do produtor rural mato-grossense ao mercado, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A comercialização da safra, que sequer ainda terminou de ser semeada no estado, representa um índice histórico para o período, de acordo com o Imea. O plantio até a última semana havia alcançado 81,1% dos mais de 2,2 milhões de hectares reservados à cultura em 2011/12. Apesar do atraso na entraga das sementes para os produtores rurais e o avanço que ocorrerá sobre o período considerado ideal para a janela do milho, a semeadura ainda pode ser considerada dentro da normalidade. É o que explica o analista de mercado Cleber Noronha, do Imea.
"Considerando as quatro últimas safras, o plantio está dentro da normalidade. O diferencial foi a safra 10/11 em que o plantio foi atrasado pelos problemas com a soja. Se seguir a mesma evolução, essa semana podemos chegar próximo à conclusão do plantio", Noronha.
A análise semanal realizada pelo Imea mostrou que o percentual de negócios já travados no mês de fevereiro, 62%, em 2010/11 foi alcançado somente no mês de junho.
Mercado
No mercado disponível, o preço do grão começou a semana cotado a R$ 20,30 a saca em Campo Verde. Na sexta-feira, valores em torno de R$ 20,70. De acordo com o Imea, em Campo Verde, na modalidade com entrega para julho, com pagamentos na entrega ou até mesmo em agosto, a saca estava sendo negociada entre R$ 15 e R$ 18.
No oeste do estado, em Sapezal, foram reportados acordos comprometendo a saca para julho por valores em torno de R$ 15,80. Já no médio-norte os preços futuros com entrega no mesmo período ficaram em torno de R$ 15,50/sc em Sorriso, informou o instituto.
Para o analista do Imea, o mercado interno ainda continua com níveis satisfatórios. "Por enquanto está com preço elevado por causa do baixo estoque e da demanda interna. Isso pode se manter no primeiro semestre do ano, mas modificar no segundo", ponderou Cleber Noronha.
A oferta de mercado pode fazer com que o preço caia no segundo semestre. Tudo justificado pelo desempenho da safra norte-americana e a redução no volume de etanol produzido pelas indústrias do país que operam sem os subsídios oferecidos pelo governo, conforme o analista.
"Essas usinas vêm trabalhando no vermelho desde o ano passado. Corre-se o risco de a demanda diminuir e sobrar mais produto no mercado. Os Estados Unidos estimam ainda aumentar a área de milho. A oferta de produto no mercado pode fazer com que o preço caia neste segundo semestre do ano", avaliou ainda.
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