Há doze dias o estudante Helton David Berriel dos Santos, de 23 anos, luta contra a morte num leito do hospital Rocha Faria, em Campo Grande. No último dia 16, depois de se envolver em uma briga com Anderson Gonçalves Moura num bar, no centro de Seropédica, o estudante teria sido espancado dentro da unidade de saúde Doutor José Bueno Lopes. Familiares de Helton dizem que ele foi agredido por Anderson e pelo irmão dele, um policial militar, que teria, inclusive, entrado armado na unidade.
Depois de uma briga na rua com Helton, Anderson teria ido em casa buscar o irmão, que seria lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro São Carlos. Segundo testemunhas, Helton tentou correr para o posto de saúde para pedir ajuda ao ser abordado na rua pelo policial e por Anderson. Lá dentro, o espancamento teria sido ainda mais violento.
Helton recebeu os primeiros socorros no posto de saúde e foi transferido em seguida para o hospital Rocha Faria. Ele está em estado grave, não fala, não come e passa o dia entubado. Revoltada, a família diz que houve covardia no episódio.
— Tudo bem que ele agrediu o outro rapaz. Mas que o PM, irmão dele, então, prendesse o meu filho. E não fizesse o que fez — afirmou Dervandro dos Santos, pai do estudante.
O caso foi registrado inicialmente na 48ª DP (Seropédica) como lesão corporal. O delegado Alexandre Gusman disse, entretanto, que já requisitou os boletins de atendimento médico dos dois hospitais para analisar a gravidade dos fatos.
— Vamos encaminhar o boletim para o IML onde será feito um exame de corpo de delito indireto, já que ele não tem condições de fazer. Se ficarem comprovadas as fortes agressões, o outro rapaz responde por tentativa de homicídio — afirmou.
No depoimento, Anderson alegou que as agressões foram mútuas. Ele disse também que o irmão foi ao local apenas para separar a briga. O policial militar já foi intimado para prestar esclarecimentos. Funcionários do posto de saúde prestaram depoimento. Mas, segundo o delegado, não confirmaram que o PM participou das agressões. A secretaria de Saúde de Seropédica não comentou o caso.
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