Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Política
Quinta - 01 de Março de 2012 às 19:10

    Imprimir


Antonio Cruz/ABr
O deputado Pedro Henry (PP-MT), em depoimento no Conselho de Ética da Câmara em 2005
O deputado Pedro Henry (PP-MT), em depoimento no Conselho de Ética da Câmara em 2005
Por 7 votos a 3, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reabriram nesta quinta-feira (1º) inquérito que investiga o deputado federal Pedro Henry (PP-MT) pelo crime de peculato. O parlamentar é investigado pelo Ministério Público Federal por ter contratado como assessor do gabinete o piloto de seu avião particular.

O G1 procurou o advogado e o deputado por telefone, mas não conseguiu contato até a última atualização desta reportagem.

O relator Dias Toffoli arquivou o inquérito, em novembro de 2011, alegando que não houve crime. Para o ministro, o deputado poderia ter cometido "desvio de função", o que é uma falta administrativa. O MPF recorreu e, com a decisão desta quinta, passa a ter autorização para investigar o parlamentar.

Pedro Henry já responde a ação penal no Supremo, como um dos 38 réus do processo do mensalão, suposto esquema de compra de apoio político de parlamentares, que veio à público em 2005. Neste caso, o parlamentar de Mato Grosso é acusado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

No julgamento desta quinta, o fato de a investigação sobre o piloto ter sido arquivada pelo ministro Toffoli, em decisão individual, provocou reações dos outros ministros. Para o ministro Joaquim Barbosa, o colega não poderia ter decidido sozinho, sem um pedido formal do Ministério Público.

"Isso é um absurdo. É uma subversão absoluta de tudo o que existe no Brasil em matéria de processo penal. A situação aqui era muito mais grave. O servidor era contratado para pilotar a aeronave do parlamentar, atuando em cargo de natureza especial. Os fatos são claros. Não vejo nenhum fundamento no arquivamento de um inquérito", afirmou o ministro.

"Pilotar avião me parece que não tem nada a ver com assessoramento. Me parece que há indícios robustos, consistentes de cometimento do que a lei chama de peculato, porque o objeto material da conduta supostamente delituosa é desviar dinheiro público para pagar indevidamente servidor particular", completou o ministro Ayres Britto.

O ministro Gilmar Mendes defendeu a decisão individual de Toffoli e disse não ver problema em um funcionário do gabinete do deputado prestar serviços como piloto. "Eu utilizo apoio de tribunais nos estados. Será que isso é peculato? Temos estrutura que nos apoia em São Paulo. Será que isso é peculato? Se quisermos ser sinceros, nós utilizamos", disse.





Fonte: Do G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/43068/visualizar/