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Política
Segunda - 12 de Março de 2012 às 12:08
Por: Luiz Cesar de Moraes

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A crise que afeta a classe política mato-grossense não fica nada a dever à crise política nacional. Exceto por algumas poucas exceções, o que se vê nos últimos anos é uma sucessão de escândalos sem fim envolvendo políticos de todas as cores partidárias, desde o plano municipal, passando pelos representantes estaduais até o mais alto cargo da república, não há nenhum setor contra o qual não pese algum escândalo.

É uma crise de credibilidade que resulta tanto do ingresso de criminosos na política, porque infelizmente esta ainda é uma atividade que proporciona imunidade, mas também por causa de outros personagens que, depois de obterem um mandato concedido pelo povo e frente às facilidades que encontram, também se enveredam pelo caminho do crime. A ética na política é levada em conta por uns poucos e, ainda assim, quase sempre por pressão da imprensa e dos poucos segmentos populares que ainda resistem.

O povo deste Estado já cansou de conviver com notícias de desvio do dinheiro público, tráfico de influência generalizado, aquisições fraudulentas com a facilidade do cargo público e outras denúncias semelhantes. Cansada também está a população mato-grossense com a impunidade que é o apanágio do segmento político encastelado no poder. O crime do colarinho branco, por exemplo, costuma não ser punido, pois quem o pratica ou pertence à elite política ou é por ela protegido.

Se os municípios forem tomados como exemplo, a situação não melhora, pelo contrário, concorre para deixar o eleitor cada vez mais desanimado. Não mais do que 5% dos 141 municípios de Mato Grosso podem ser apontados como administrações preocupadas em tomar medidas a favor da população que representam. Os demais seguem nas manchetes dos jornais protagonizando, quase que diariamente, um novo caso de polícia.

Os municípios de Lucas do Rio Verde, Sinop e Sorriso integram o grupo que tem feito o dever de casa, isto é, cidades cujo administrador foi eleito com um programa de trabalho e tem conseguido pô-lo em prática. Nada mais que isso. Lucas do Rio Verde e Nova Mutum são outros dois que fazem parte do mesmo grupo. Os demais municípios ou não se destacam por executar apenas o óbvio, ou alcançam destaque negativo por conta dos escândalos, que teimam em se repetir.

No âmbito do governo do Estado a situação não é muito diferente. O governo viu surgir e convive tranquilamente com o Escândalo dos Maquinários, a aquisição (e cancelamento) dos Land Rovers, a Fraude nos Precatórios e, mais recentemente com o desvio de recursos da Secretaria da Fazenda. São também episódios ainda não apurados, mas que deixam antever que o governo não está muito preocupado com eles, e muito menos em punir os culpados.

Para uma crise de credibilidade é preciso um choque de gestão. Os observadores políticos pensam que esse choque é urgente, sob pena da classe política perder de uma vez por todas o pouco de liderança que ainda detém. E quando a população perde a crença nos homens públicos ninguém sabe qual será o desfecho.






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