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Terça - 13 de Março de 2012 às 15:54

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Reprodução/TVCA
Hércules acusado de duplo homicídio em Cuiabá
Hércules acusado de duplo homicídio em Cuiabá
O ex-cabo da Polícia Militar, Hércules de Araújo Agostinho, confessou durante depoimento no Tribunal do Júri, nesta terça-feira (13), em Cuiabá, que matou a tiros Rivelino Brunini e atirou contra uma outra pessoa. Porém, o acusado negou ter matado Fauze Hachid Jaudy naquela mesma oportunidade. Hércules tem sido apontado pelo Ministério Público como o autor dos disparos que mataram Brunini e Jaudy. Além disso, naquele mesmo dia, segundo o MP, ele também teria tentado matar o pintor Gisleno Fernandes. No entanto, ele negou a autoria destes outros dois crimes.

O filho de Rivelino, Rapahel Brunini, é uma das pessoas que estão acompanhando o julgamento do homem que confessou matar o seu pai. Ele contou que tinha 11 anos quando Rivelino foi assassinado. “É como você tirar um guarda-costas de uma criança. A minha mãe não estava presente. Eu fiquei morando com meus avós na Itália, e quando meu pai veio a óbito eu tive que voltar aos 11 anos e virar o homem da casa”, revelou. Raphael disse também acreditar que o ex-cabo da PM agiu a mando de um grupo criminoso. “ O Hércules é só um peão do xadrez. Tem um mandante e tem todo o sistema por trás”, desabafou. O Ministério Público também acredita nesta hipótese.

Conforme relatou o promotor Antônio Cordeiro Piedade, o crime foi cometido a mando de uma organização criminosa. “Ele agiu a mando de João Arcanjo Ribeiro (ex-bicheiro condenado pela Justiça). A ação teria ocorrido porque a vítima estava atrapalhando os negócios de João Arcanjo nos caças níquéis em Mato Grosso”, informou o promotor. O promotor afirmou ainda que um fato chama atenção neste julgamento. Das cinco testemunhas convocadas, apenas uma apareceu. “Há um temor das testemunhas. Nós estamos tendo bastante dificuldades quanto a isso”, observou.

Duplo Homicídio
No dia 6 de junho de 2002, as vítimas Brunini, Fauze e Gisleno estavam em uma oficina mecânica localizada na avenida Historiador Rubens de Mendonça (popular Avenida do CPA) quando foram surpreendidos pelo PM, que se aproximou em uma moto e efetuou vários disparos contra eles.

Brunini foi atingido por sete disparos e morreu na hora. Fauze Rachid e Gisleno Fernandes foram atingidos por um disparo cada um, porém Fauze não resistiu e morreu. Enquanto Hércules efetuava os disparos, o suposto comparsa dele, Célio Alves de Souza, dava cobertura ao crime, conforme o Ministério Público. No entanto, o processo de Célio foi desmembrado em virtude de um recurso protocolado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Conforme a denúncia do MPE, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que explorava com exclusividade o ramo de jogos eletrônicos em Cuiabá, teria mandado o ex-PM executar apenas Brunini, mas as outras duas vítimas foram atingidas por estarem no local.

Ainda de acordo com informações do MPE, Rivelino Brunini era sócio da empresa de máquinas caça-níqueis da organização criminosa chefiada por Arcanjo. Apesar disso, Brunini associou-se a um grupo do Rio de Janeiro que pretendia acabar com o monopólio de Arcanjo no estado.
 





Fonte: Do G1 MT

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