O filho de Rivelino, Rapahel Brunini, é uma das pessoas que estão acompanhando o julgamento do homem que confessou matar o seu pai. Ele contou que tinha 11 anos quando Rivelino foi assassinado. “É como você tirar um guarda-costas de uma criança. A minha mãe não estava presente. Eu fiquei morando com meus avós na Itália, e quando meu pai veio a óbito eu tive que voltar aos 11 anos e virar o homem da casa”, revelou. Raphael disse também acreditar que o ex-cabo da PM agiu a mando de um grupo criminoso. “ O Hércules é só um peão do xadrez. Tem um mandante e tem todo o sistema por trás”, desabafou. O Ministério Público também acredita nesta hipótese.
Conforme relatou o promotor Antônio Cordeiro Piedade, o crime foi cometido a mando de uma organização criminosa. “Ele agiu a mando de João Arcanjo Ribeiro (ex-bicheiro condenado pela Justiça). A ação teria ocorrido porque a vítima estava atrapalhando os negócios de João Arcanjo nos caças níquéis em Mato Grosso”, informou o promotor. O promotor afirmou ainda que um fato chama atenção neste julgamento. Das cinco testemunhas convocadas, apenas uma apareceu. “Há um temor das testemunhas. Nós estamos tendo bastante dificuldades quanto a isso”, observou.
Duplo Homicídio
No dia 6 de junho de 2002, as vítimas Brunini, Fauze e Gisleno estavam em uma oficina mecânica localizada na avenida Historiador Rubens de Mendonça (popular Avenida do CPA) quando foram surpreendidos pelo PM, que se aproximou em uma moto e efetuou vários disparos contra eles.
Brunini foi atingido por sete disparos e morreu na hora. Fauze Rachid e Gisleno Fernandes foram atingidos por um disparo cada um, porém Fauze não resistiu e morreu. Enquanto Hércules efetuava os disparos, o suposto comparsa dele, Célio Alves de Souza, dava cobertura ao crime, conforme o Ministério Público. No entanto, o processo de Célio foi desmembrado em virtude de um recurso protocolado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Conforme a denúncia do MPE, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que explorava com exclusividade o ramo de jogos eletrônicos em Cuiabá, teria mandado o ex-PM executar apenas Brunini, mas as outras duas vítimas foram atingidas por estarem no local.
Ainda de acordo com informações do MPE, Rivelino Brunini era sócio da empresa de máquinas caça-níqueis da organização criminosa chefiada por Arcanjo. Apesar disso, Brunini associou-se a um grupo do Rio de Janeiro que pretendia acabar com o monopólio de Arcanjo no estado.
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