Apesar dos casais inférteis ainda serem os maiores interessados em adoção, aumentou o número de solteiros que buscam adotar crianças em Cuiabá, de acordo com a Associação Mato-Grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), que iniciou na última quinta-feira (19) um curso preparatório destinado aos futuros pais. Hoje, tem mais de 60 crianças aguardando por uma família em Mato Grosso.
Segundo a presidente da instituição, Lindacir Rocha Bernardon, nesse 9º curso, existem seis pessoas solteiras que pretendem entrar na fila de espera para adotar legalmente uma criança e é o maior número registrado até agora. "Esse grupo que começamos tem 32 pretendentes e seis são solteiros que pretendem adotar sozinhos", disse Lindacir ao G1. Em Cuiabá, 58 famílias constam no cadastro nacional de adoção como aptas.
Ela explica que a intenção do curso, que hoje é uma exigência do Poder Judiciário para a adoção, é evitar que os pretensos pais devolvam as crianças depois do estágio de convivência, cujo prazo não é previamente estabelecido, além de prepará-los para receber um novo membro na família. De acordo com a presidente da Associação, de 2010 para cá quatro crianças foram devolvidas para o abrigo por pessoas que desistiram da adoção. "Queremos que os pais reflitam para saber se é isso que eles realmente querem para evitar que isso aconteça", pontuou.
Na avaliação dela, os pais não estavam preparados para receber a criança e, por isso, a rejeitam. Lindacir afirma que ao ser informada sobre o curso preparatório os interessados reclamam por achar que se trata de mais uma burocracia do Poder Judiciário, mas depois percebem que esse processo é estritamente necessário.
Outro ponto reforçado no curso é a importância de não se criar estereótipos e incentivar a adoção de crianças que possuem algum tipo de deficiência física ou mental, bem como daqueles com idade acima de 10 anos, que não se enquadram no perfil exigido pela maioria dos interessados. "Tem famílias esperando crianças perfeitas, enquanto tem várias crianças querendo uma família. Lutamos p mudar esse conceito", frisou a presidente da Amparo.
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