O promotor de Justiça Alexandre Guedes, que teve o pedido de reforço das Forças Armadas para combater a epidemia de dengue em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, negado pela Justiça Federal, afirmou que faltam médicos para atender os pacientes da rede pública de saúde, gerando filas nas unidades públicas e privadas. Segundo ele, um dos maiores problemas foi o registro da dengue tipo 4 agravou a situação.
"A população precisa de atendimento agora e, apesar de todos os esforços e prevenção, a entrada da dengue tipo 4, entre outros fatores, fez com que o aumento de casos fosse muito acentuado neste ano", disse o promotor, ao adiantar que o Ministério Público Estadual (MPE) poderá ingressar com novo recurso, mas reclama que qualquer processo irá demorar alguns dias e, enquanto isso, a sociedade precisa de atendimento imediato.
A medida cautelar protocolada pelo promotor foi negada pelo juiz César Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal de Mato Grosso, com o argumento de que o MPE não tem legitimidade para propor uma ação contra a União. O MPE pedia providências do governo federal, estado e municípios no combate à doença e ainda garantir atendimento médico à população.
Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde, Cuiabá responde por 20% dos casos de dengue registrados em Mato Grosso. Foram 2.421 notificações. No bairro Dom Aquino, por exemplo, o índice de infestação do mosquito chegou a 14%, ultrapassando o índice recomendado pelo Ministério da Saúde, que deve ser de 1%.
Um levantamento divulgado recentemente pela secretaria revela que de 1º de janeiro a 4 de abril deste ano foram registradas 11.531 de casos da doença. Para evitar a infestação da dengue, o governo do estado sancionou uma lei que prevê multas que variam entre R$ 2,3 mil e R$ 92 mil aos responsáveis pelos focos do mosquito.
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