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Política
Sábado - 21 de Abril de 2012 às 16:58

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A construtora Andrade Gutierrez afirmou na tarde deste sábado (21) que avalia a sua posição no consórcio formado com a Odebrecht e Delta para as obras de reforma do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

A afirmação foi dada um dia após a construtora Delta confirmar que deixou o consórcio por problemas financeiros. O acerto, porém, só deve ser concluído depois que forem fechadas as despesas do mês.

Segundo a nota da Andrade Gutierrez encaminhada à Folha, "qualquer definição será comunicada oportunamente". A posição, no entanto, não deixa claro sobre a permanência da empresa no grupo ou sua nova função com a saída da Delta.

A Secretaria de Obras do Estado, responsável pelas obras do Maracanã para a Copa em 2014, afirmou que não foi comunicada oficialmente sobre a saída da Delta do consórcio. Segundo a secretaria, em tese as outras construtoras assumiriam os trabalhos.

A Delta tem 30% na sociedade. A Odebrecht, maior acionista, tem 49%, e a Andrade Gutierrez, 21%.

Segundo investigação da Polícia Federal, a construtora Delta tem ligação com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de jogos ilegais e envolvido em um escândalo de tráfico de influência com políticos.

A Delta, segundo a Folha apurou, parou de fazer contribuições ao consórcio encarregado das obras no Maracanã. Nos últimos dias, a empresa deixou de aportar R$ 7 milhões para pagar fornecedores.

Empreiteiras contratadas para obras públicas são pagas em geral 60 dias depois da conclusão de cada fase do serviço. Antes disso, têm que tocar com meios próprios. Com problemas no fluxo de caixa, a Delta teria ficado inadimplente.

Na reforma do Maracanã, de R$ 860 milhões, o consórcio já recebeu do Estado cerca de R$ 320 milhões. Teria agora que entrar com R$ 45 milhões por mês para entregar o serviço no prazo combinado, fevereiro de 2013.

O presidente da Delta, Fernando Cavendish, disse à Folha nesta semana que poderia quebrar, já que o foco na empresa levaria governos e bancos a sustarem pagamentos e créditos. O governo do Estado do Rio analisa contratos com a empresa.

A Delta já teve problemas na construção do estádio do Engenhão no Rio, inaugurado em 2007. Contratada para a primeira fase da obra pelo então prefeito Cesar Maia (DEM), a empresa não fez a articulação entre as paredes e a cobertura do estádio.

O governo já recebeu recado de grandes construtoras que, caso a Delta não consiga realizar obras, elas podem assumir os trabalhos.

Desde 2007, a empresa é a que mais recebe verba do Orçamento da União: em 2011, foram R$ 862 milhões. Desse valor, 90% vieram do Dnit, a maioria para obras do PAC






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