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Política
Sábado - 21 de Abril de 2012 às 19:51

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A revista Veja desta semana questiona o argumento de Luiz Antônio Pagot (PR) de que ele teria caído do comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) devido a complôs e negociatas envolvendo a construtora Delta e o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Pagot diz que colocou obstáculos aos favorecimentos para a empreiteira, e isso fez com que ele sofresse pressão de colegas de partido, como os deputados federais Wellington Fagundes (PR-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). Porém, segundo a revista, o faturamento da empresa mais que dobrou na gestão de Pagot à frente do órgão.

Leia abaixo trecho da matéria assinada por Hugo Marques, Daniel Pereira e Rodrigo Rangel, questionando a defesa do ex-diretor do Dnit. Clique aqui para ler a reportagem completa, que traça um panorama da "trajetória de sucesso" da Delta e a proximidade com políticos influentes.
 

Na semana passada, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit demitido no bojo do episódio que levou à queda do ministro Alfredo Nascimento, se disse vítima de uma trama que teria sido tecida contra ele exatamente por ter oferecido obstáculos aos interesses da Delta no órgão.

Estranha linha de defesa. Foi na gestão de Pagot que a Delta mais do que dobrou seu faturamento em contratos com o Dnit, alcançando 658 milhões de reais em 2010. É quase 90% de tudo o que a empreiteira faturou no governo federal. Que obstáculo, então, foi esse?

Suposta vítima de uma conspiração, Pagot, lembre-se, foi quem reuniu empresários no Ministério dos Transportes para ouvir uma explanação do deputado Valdemar Costa Neto, do PR, réu no processo do mensalão. Entre os convidados por Pagot estavam empreiteiros e consultores. Costa Neto falou da importância para o PR de tirar do papel obras bilionárias de restauração de rodovias federais.

Muitos dos participantes da reunião, inclusive concorrentes da Delta, ficaram sabendo mais tarde que, se fossem escolhidos para fazer as obras, deveriam entregar ao partido propinas de 4% a 5% do valor de cada fatura paga.

A investigação jornalística tem de se contentar com as informações recebidas e checadas das fontes que participaram da reunião. A CPI tem força e os meios legais para passar a limpo essa história.






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