O vai-e-vem nas imediações do Consulado Geral da França em São Paulo, neste sábado, é uma mostra do interesse dos franceses que vivem no Brasil pela situação política de seu país de origem. Estão inscritos no consulado mais de 5 mil eleitores e a previsão é de que o pleito de 2012 seja o que mais tenha atraído eleitores que vivem no País. Apesar de o voto na França não ser obrigatório, famílias inteiras compareceram para exercer a cidadania.
Sylvan Mais, 37 anos, é engenheiro ambiental e está no Brasil há 11 anos, onde trabalha para uma empresa francesa. Ele afirma que procura se manter informado sobre a política de seu país, tem contato frequente com a família, utiliza a internet e a TV a cabo, e acredita que seu país vive um momento decisivo.
"A França tem resistido mais à crise do que outros países, mas a situação deve ficar mais difícil. É preciso enxugar a despesa e manter a proteção social, que é, reconhecidamente, uma das melhores do mundo", diz.
Sylvan Mais conta que vem de uma família em que a maioria trabalha no serviço público e que boa parte deles passa por um momento que seria inconcebível anos atrás: o de ficar desempregado. "Ainda outro dia conversei com meu irmão e ele me falava sobre isso. É algo praticamente inacreditável, em se tratando do serviço público francês", disse ele.
O funcionário público compareceu ao consulado acompanhado de sua mulher, Marília Gaspar Mais, bióloga de 38 anos. Ela é brasileira e estudou cinco anos na França, período em que casou com Sylvan. Cidadã francesa, ela também votou.
"Tenho um grande amor pelo País e também procuro me informar sobre a situação da França. A Europa toda está em um momento difícil e a participação dos cidadãos é importante", diz.
Apesar de a eleição francesa estar marcada apenas para este domingo, os residentes no estrangeiro votaram um dia antes. Por conta disso, os números finais sobre os que compareceram às urnas no Brasil só devem ser divulgados neste domingo.
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