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Segunda - 23 de Abril de 2012 às 10:56

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A candidata de extrema direita Marine Le Pen, da Frente Nacional, que obteve 19% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais francesas neste domingo, pode se tornar o fiel da balança da disputa do segundo turno, em 6 de maio, que será disputada entre o socialista François Hollande e o presidente Nicolas Sarkozy.

Pesquisas iniciais de intenção de voto apontam Hollande como o favorito para vencer a nova votação. No primeiro turno, neste domingo, Sarkozy teve 27,06% dos votos e Hollande, 28,46%, com 95% dos votos contados.

Pesquisas de opinião sugerem que Hollande deve vencer no segundo turno, com 54% dos votos contra 46% do atual presidente.

Os olhos dos analistas franceses se voltam agora para o comportamento dos eleitores de Le Pen no segundo turno.

Segundo o instituto de pesquisa IFOP, dos eleitores da candidata da extrema direita, 48% votariam em Sarkozy e 31%, em Hollande.

Cálculos de outro instituto, o OpinionWay, estimam que 39% dos que votaram em Le Pen escolheriam Sarkozy e 18%, Hollande.

A candidata da Frente Popular disse que anunciará seu apoio no dia primeiro de maio.

"A batalha francesa apenas começou... acabamos com o monopólio dos partidos. Nada será como antes", disse Le Pen no domingo.

A correspondente da BBC em Paris Katya Adler diz que, embora simpatizantes da Frente Nacional se digam decepcionados com o terceiro lugar, eles afirmam que "agora ninguém mais pode negar que o partido é uma força importante da política francesa".

CAMPANHA

Se derrotar o atual mandatário, Nicolas Sarkozy, Hollande formará o primeiro governo socialista na França desde François Mitterrand (1981 a 1995).

O candidato da extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon, teve um desempenho abaixo do esperado (11,75%) e já anunciou que apoio a Hollande.

A participação de 80% foi superior ao previsto. O voto é facultativo na França.

Durante a campanha do primeiro turno, muitos acusaram Hollande de "passividade".

Nesta nova etapa, espera-se que ele insista em responsabilizar o atual governo pelo baixo crescimento econômico e o aumento do desemprego, associados a políticas de cortes e austeridade.

"O primeiro turno foi um castigo e uma rejeição ao candidato que desejava a reeleição", disse Hollande.

Já Sarkozy não chegou a reconhecer este "castigo", mas afirmou "entender" o que chamou de "ansiedades e este sofrimento" em referencia às incertezas econômicas pelas quais passa a França.

Analistas acreditam que na campanha do segundo turno ele continuará afirmando que o momento difícil pede um líder forte experiente para conduzir o país.

O atual presidente desafiou Hollande a realizar três debates televisionados. O socialista se negou, dizendo que o único marcado será o bastante.






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