Extrema direita pode ser fiel da balança na eleição francesa
Pesquisas iniciais de intenção de voto apontam Hollande como o favorito para vencer a nova votação. No primeiro turno, neste domingo, Sarkozy teve 27,06% dos votos e Hollande, 28,46%, com 95% dos votos contados.
Pesquisas de opinião sugerem que Hollande deve vencer no segundo turno, com 54% dos votos contra 46% do atual presidente.
Os olhos dos analistas franceses se voltam agora para o comportamento dos eleitores de Le Pen no segundo turno.
Segundo o instituto de pesquisa IFOP, dos eleitores da candidata da extrema direita, 48% votariam em Sarkozy e 31%, em Hollande.
Cálculos de outro instituto, o OpinionWay, estimam que 39% dos que votaram em Le Pen escolheriam Sarkozy e 18%, Hollande.
A candidata da Frente Popular disse que anunciará seu apoio no dia primeiro de maio.
"A batalha francesa apenas começou... acabamos com o monopólio dos partidos. Nada será como antes", disse Le Pen no domingo.
A correspondente da BBC em Paris Katya Adler diz que, embora simpatizantes da Frente Nacional se digam decepcionados com o terceiro lugar, eles afirmam que "agora ninguém mais pode negar que o partido é uma força importante da política francesa".
CAMPANHA
Se derrotar o atual mandatário, Nicolas Sarkozy, Hollande formará o primeiro governo socialista na França desde François Mitterrand (1981 a 1995).
O candidato da extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon, teve um desempenho abaixo do esperado (11,75%) e já anunciou que apoio a Hollande.
A participação de 80% foi superior ao previsto. O voto é facultativo na França.
Durante a campanha do primeiro turno, muitos acusaram Hollande de "passividade".
Nesta nova etapa, espera-se que ele insista em responsabilizar o atual governo pelo baixo crescimento econômico e o aumento do desemprego, associados a políticas de cortes e austeridade.
"O primeiro turno foi um castigo e uma rejeição ao candidato que desejava a reeleição", disse Hollande.
Já Sarkozy não chegou a reconhecer este "castigo", mas afirmou "entender" o que chamou de "ansiedades e este sofrimento" em referencia às incertezas econômicas pelas quais passa a França.
Analistas acreditam que na campanha do segundo turno ele continuará afirmando que o momento difícil pede um líder forte experiente para conduzir o país.
O atual presidente desafiou Hollande a realizar três debates televisionados. O socialista se negou, dizendo que o único marcado será o bastante.
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