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Cidades
Segunda - 23 de Abril de 2012 às 17:53
Por: Ericksen Vital

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A família da empresária Ângela Cristina Peixoto, de 32 anos, assassinada com 24 facadas em Cuiabá, ficou indignada com o silêncio do contador Damião Francisco de Rezende, de 33 anos, durante interrogatório na tarde desta segunda-feira (23), na 1ª Vara Especializada da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, no Fórum da capital.

O contador é acusado de encomendar a morte da própria esposa. Além do suposto mandante, outros três homens estão presos por suspeita de envolvimento no crime e um suspeito encontra-se foragido. A empresária foi morta ao levar 24 golpes de faca na madrugada do dia 15 de novembro de 2011, na residência do casal no bairro Jardim Presidente, na capital. “A cada dia que passa nós ficamos mais tristes”, disse a mãe da empresária, Maria do Bom Despacho Peixoto da Silva, pouco antes do início da audiência. “Se ele não falar, aí que vai estar condenando a si mesmo”, emendou. Ao saber que ele preferiu não prestar esclarecimentos, Maria começou a chorar e teve que ser amparada por uma irmã.

Amigos e parentes da vítima levaram cartazes ao Fórum de Cuiabá para protestar contra o crime. Eles pediram justiça e disseram sentir “saudades eternas” da empresária. “Ângela era uma menina que não merecia morrer cruelmente. Uma menina que só queria o bem. Era uma pessoa carismática e trabalhadora. Ela foi traída pela próprio marido. Isso acabou com a nossa família”, declarou a mãe da vítima.

Durante à audiência, o contador manifestou-se apenas para relatar que não iria prestar qualquer informação sobre o crime. “Conforme orientação do meu advogado, vou permanecer em silêncio”, disse o acusado Damião Francisco. A juíza do caso, Ana Cristina Mendes, chegou a ressaltar a importância dos esclarecimentos dizendo que esta seria a última oportunidade dele poder falar sobre o caso antes do Júri Popular. Mas ele repetiu mais uma vez a orientação da defesa.

Família fez protesto durante audiência que buscou interrogar acusado (Foto: Ericksen Vital / G1)
Família fez protesto durante audiência que buscou interrogar acusado (Foto: Ericksen Vital / G1)


O advogado do acusado, Carlos Roberto Gama Filho, justificou o silêncio alegando que a defesa já entrou com recurso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) pedindo que sejam ouvidos os peritos do caso. Ele disse que a “ampla defesa” não estaria sendo respeitada pelo juízo. Mas a informação foi contestada pelo advogado do vítima, Luciano Augusto Nevez. Ele disse que o pedido foi feito em uma fase equivocada do processo. Sobre o silêncio, ele disse que o acusado perdeu a oportunidade de esclarecer fatos importantes neste caso.

Em outra audiência, os dois acusados de matar a empresária disseram que foram contratados pelo marido da vítima. Eles foram beneficiados, segundo a juíza do caso, pelo chamado mecanismo judicial da delação premiada. Os acusados informaram que receberam o controle do portão da casa das mãos do contador. Dentro da casa, eles acordaram a empresária que estava dormindo e a amarraram com cordões de cadarço. Em seguida, eles roubaram eletroeletrônicos e joias e resolveram matar a vítima a facadas. Eles confirmaram ainda que receberam R$ 3 mil pelo latrocínio (roubo seguido de morte).

Conforme o advogado da família, o processo já está na fase final. Resta apenas o cumprimento de algumas diligências pedidas anteriormente pelos advogados. Feito isso, o processo deve avançar com a possível pronúncia do acusado pela juíza do caso.





Fonte: Do G1 MT

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