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Multidão ameaça linchamento, e padrasto é levado de casa pela PM
Ameaçado por multidão, padrasto de Joaquim é levado de casa pela PM
Grupo se formou em frente à residência de menino encontrado morto em rio.
Guilherme Longo e a mãe do menino tiveram o pedido de prisão negado.
O padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, encontrado morto no Rio Pardo após desaparecer de dentro de casa em Ribeirão Preto (SP), foi retirado de sua casa no Jardim Independência na tarde deste domingo (10) por policiais militares, após ser ameaçado de morte por um grupo de moradores. Guilherme Longo, que teve o pedido de prisão temporária negado na semana passada pela Justiça, permaneceu escoltado por 20 PMs desde a manhã.
Logo depois que a localização do corpo da criança na zona rural de Barretos foi confirmada, uma multidão se formou em frente à casa da família no Jardim Independência, zona norte de Ribeirão Preto. Revoltados e portando pedras, moradores de diferentes pontos da cidade ameaçaram Longo de morte e o chamaram de "assassino".
Na semana passada, Longo negou envolvimento com o sumiço do enteado, com quem diz que mantinha uma relação de pai e filho. A mãe da criança, Natália Ponte, que também teve o pedido de prisão negado, afirmou neste domingo, após reconhecer o corpo do filho, que é inocente.
Viaturas da PM foram enviadas para a casa da família neste domingo, em Ribeirão Preto, assim que surgiram rumores sobre o paradeiro do menino. A polícia interditou o quarteirão da residência em que Longo vive com Natália.
Em vez da fita de isolamento convencional, arrebentada por alguns populares, os policiais recorreram a uma corda e formaram uma barreira humana para evitar que alguém se aproximasse do imóvel. Para aumentar a segurança, uma viatura da PM ficou estacionada dentro da garagem da casa.
Por medida de segurança, depois de quase duas horas, Longo e seu advogado foram levados pela PM para um local não informado.
Corpo encontrado
O corpo de Joaquim Ponte, de 3 anos, foi encontrado no Rio Pardo, na zona rural de Barretos (SP), no fim da manhã deste domingo e foi reconhecido pelos pais Natália Ponte e Arthur Paes no Instituto Médico Legal (IML) de Barretos. Abalada, a mãe não quis comentar o assunto, mas disse que é inocente.
Segundo o delegado seccional João Osinski Júnior, diretor do departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter 3), os pais reconheceram o pijama do menino e suas características físicas.
O corpo da criança foi encontrado pelo dono de uma propriedade rural em Barretos, que avisou o Corpo de Bombeiros pelo 193 após avistar uma pessoa boiando sobre as águas do rio Pardo neste domingo, por volta das 11h30. Além dos bombeiros, a delegada de plantão da Polícia Civil em Barretos, Maria Tereza Vendramel, foi deslocada ao local.
Ele informou que vai solicitar a realização de exames médicos específicos, como testes de insulina, que poderão ajudar nas investigações. "Vou pedir vários exames. Precisamos saber de várias coisas, se foi esganado, por que lesão morreu", diz.
A localização do corpo reforça a convicção anteriormente divulgada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, que após realizarem buscas, descartaram a possibilidade de encontrar Joaquim com vida. O local onde o corpo foi encontrado, o Rio Pardo, também bate com as suspeitas da polícia, que com a ajuda de um cão farejador evidenciou que Joaquim e o padrasto andaram às margens do Córrego Tanquinho, próximo à casa da família no Jardim Independência, que desemboca no Rio Pardo.
Entenda o caso
O menino de 3 anos desapareceu na madrugada de terça-feira (5), de dentro da casa onde mora com a mãe e com o padrasto no bairro Jardim Independência. Em depoimento à polícia, Natália Ponte afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7h, para aplicar uma dose de insulina, já que o menino é diabético.
Segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.
O padrasto Guilherme Longo, que admitiu ser dependente químico, contou que nas últimas semanas teve uma recaída e que chegou a sair de casa na madrugada em que Joaquim desapareceu para ir atrás de drogas. Ele disse que deixou a porta aberta ao sair, mas que voltou rápido porque não encontrou o que procurava.
Longo, que teve a prisão temporária pedida junto com a mãe pelo delegado, negou que a dependência pudesse oferecer riscos ao menino e às outras pessoas com quem convive.
Fonte:
Portal do G1
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/4249/visualizar/
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