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Nacional
Quarta - 25 de Abril de 2012 às 23:53

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A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira a reforma do Código Florestal, que deverá agora ser ratificado ou vetado pela presidente Dilma Rousseff.

A aprovação na Câmara ocorreu por ampla maioria. O texto já havia passado no Senado em dezembro, e agora segue para sanção presidencial.

O novo código, que reforma uma lei de 1965, reduz a área de reflorestamento nas margens dos rios e suspende multas e sanções impostas a proprietários de terras que fizeram desmatamento ilegal até 2008.

"Estão dando anistia aos desmatadores e aprovando a possibilidade de desastres ambientais nas grandes cidades (...). Agora é importante que a presidente vete", disse o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP).

A Câmara aprovou o novo código por 274 votos contra 174, após realizar várias modificações no projeto votado no Senado e que contou com o aval do governo federal, o que motivou vários deputados da base aliada a pedir hoje o veto presidencial.

O texto final, com as modificações aprovadas nesta quarta-feira, será revisado novamente pela Câmara antes de ser enviado à presidente Dilma Rousseff.

"Veta, Dilma!", exclamou o deputado Alfredo Sirkis (PV/RJ), que denunciou uma "ofensiva dos especuladores e dos grandes latifundiários".

O setor agroindustrial, com ampla representação no Congresso, apoiou o novo código alegando a necessidade de se ampliar a fronteira agrícola para garantir a segurança alimentar dos brasileiros.

A Câmara manteve a obrigação de se preservar 80% da vegetação da Amazonia, a maior área de florestas do planeta.

"É irresponsável tirar as terras dos brasileiros (por motivos ecológicos). Os produtores rurais, médios, pequenos e grandes, são os responsáveis pelo superávit comercial do Brasil", afirmou o deputado Luis Carlos Heinze (PP/RS).

O novo Código resolve o problema de milhões de agricultores que iriam cair na ilegalidade por falta de pagamento de multas por desmatamento, destacaram deputados ruralistas.

Mas quem rejeita a medida afirma que ela terá um impacto irreversível nos esforços contra o desmatamento e o aquecimento global, dois compromissos do Brasil, anfitrião da cúpula climática Rio+20, em junho próximo.

"A desastrosa aprovação, a toda velocidade, da reforma do Código Florestal, pode ter consequências negativas para a imagem e a credibilidade do Brasil na Rio+20", advertiu a ONG ambientalista WWF em um comunicado.

Este projeto "traz de volta a anistia aos desmatadores (...). O Código Florestal se tornou um código agrícola que ignora a conservação do meio ambiente", disse o deputado Marcio Macedo (PT/SE).

Este "Código Florestal vai reduzir a insegurança jurídica no campo. Temos que preservar o meio ambiente, mas não podemos transformar o produtor agrícola em um bandido da pátria", destacou o deputado Lira Maia (DEM/PA).






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