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Economia
Quinta - 26 de Abril de 2012 às 04:49
Por: Marianna Peres

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Estado está longe do pico da construção civil, mas ação se antecipa ao problema do desabastecimento e especulação
Estado está longe do pico da construção civil, mas ação se antecipa ao problema do desabastecimento e especulação

Mato Grosso está recebendo desde o último dia 11, 8 mil sacas por dia de cimento Itaú vindo da fábrica da Votorantim, localizada em Minas Gerais. A operação chamada de ‘contingência’ pela direção da Votorantim Cimentos não é vista como corretiva, e sim, preventiva, já que o mercado segue abastecido, longe de lembrar episódios de anos atrás em que o desabastecimento elevou a saca de 50 quilos para mais de R$ 29, na Capital. Monitoramento da empresa, que detém cerca de 80% do mercado estadual, observou uma alta de 25% na venda do seu produto somente no mês passado e o termômetro acionado pela demanda interna do Estado levou à antecipação para formação de estoques.

Como explica a gerente comercial regional Centro-Norte da Votorantim, Lidiane Oliveira Blank, os dados de incremento das vendas do cimento referem-se à marca Itaú, “não falo do mercado”, e diante desse aquecimento inesperado, “décimos pela suplementação da oferta, antes que haja sinais de desabastecimento e especulação sobre o preço da saca”. Ela conta que a decisão de trazer carga diária de Minas Gerais se deu após uma reunião realizada em Cuiabá, com representantes da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Estado (Acomac/MT) e do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado (Sinduscon). “Eles são nossos melhores termômetros para confirmar nossas análises sobre a demanda no Estado, principalmente, no interior”, justifica Lidiane. Como expôs, o primeiro trimestre do ano fechou com índice acumulado de 35% de alta sobre as vendas da saca do cimento Itaú, no Estado. “Esse comportamento não seria previsto por qualquer economista e mais uma vez, Mato Grosso crava uma das mais altas taxas de expansão da demanda no Brasil”.

A operação de contingência, como explica, foi posta em prática porque o incremento ocorreu justamente no varejo e durante uma época em que a construção civil ainda vive a ‘entressafra do setor’, porque os primeiros meses do ano são marcados pela estação das chuvas. “Estamos atentos à dinâmica do mercado e prontos para reavaliar a importação de Minas Gerais a qualquer momento. Lançamos mão de uma ação conjunta em prol do mercado mato-grossense, muito importante para a Votorantim. Temos um compromisso com o Estado e estamos fazendo de tudo para que a falta de cimento, mesmo que momentânea fique no passado”. A operação acrescenta ao preço final da saca R$ 0,40, cifras, como defende Lidiane, correspondem somente ao valor do frete, rateado pelo total transportado.

A Votorantim identificou as regiões que mais estão demandando o seu produto dentro do Estado, norte e médio norte, centro-sul (Baixada Cuiabana) e o sudoeste, com Comodoro e Cáceres em destaque.

EM BAIXA - Para o diretor financeiro da Acomac/MT, José Venceslau Júnior, a ação contingencial não tem razão de existir neste momento. Como ele observa, a demanda pelo cimento no varejo está reprimida e o melhor termômetro de que a oferta supera a demanda é o preço da saca. “A bolsa do insumo pode ser encontrada por valores que variam de R$ 18,50 a R$ 19,50. Isso significa que não há explosão no varejo, a nossa entidade congrega justamente o varejo e qualquer pessoa que precise de 100 ou 200 sacas será atendido sem qualquer problema”. No ano passado, como relembra, a saca custava cerca de R$ 25 nesta mesma época do ano.






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