Declaração do pedetista mato-grossense foi encaminhada ao governador do Estado em relação à escolha do novo secretário-extraordinário
Taques cobra de Silval a ‘despolitização da Copa’
O senador Pedro Taques (PDT) pediu que o governador Silval Barbosa (PMDB) “deixe a politicagem de lado” e indique alguém com perfil técnico para a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo de 2014 (Secopa). Da tribuna do Parlamento, o pedetista disse que esta é a oportunidade para o governador “despolitizar a Copa” e garantir que não haja envolvimento de partidos políticos no processo.
“Governador Silval: a chance de despolitização da Copa é agora. Nós temos um único caminho para a viabilidade máxima de suas oportunidades e de seu legado. O Estado precisa de um técnico à frente da secretaria. Um gestor que tenha conduta ilibada, experiência em obras públicas e foco exclusivo nas obras da Copa. O que está em jogo agora não é quem vencerá as próximas eleições e sim se haverá geração de emprego e renda para a sociedade”, discursou.
O apelo foi feito no momento em que Silval Barbosa tem a difícil missão de nomear um novo secretário, após a demissão de Eder Moraes (PR). Os republicanos exigem que a Pasta continue sob seus comandos e indicaram diversos nomes para o cargo, sendo o principal deles o do presidente da sigla, deputado federal Wellington Fagundes. A decisão, no entanto, foi adiada, principalmente depois que o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, acusou Fagundes de ter feito pressão para beneficiar a empreiteira Delta Construções, que está no centro do escândalo deflagrado pela operação ‘Monte Carlo’, da Polícia Federal, e é um dos principais alvos na ‘CPMI do Cachoeira’.
Segundo o Taques, quando a extinta Agecopa foi criada, na gestão do ex-governador Blairo Maggi (PR), foi exigida a desfiliação partidária de todos os seus membros o que, em tese, era a realização de um sonho dos mato-grossenses. No entanto, com o passar do tempo e a transformação de Agecopa em Secopa, a situação mudou.
“O tempo passou e mostrou o quanto é difícil um governo de coalizão manter sua posição. É um escândalo aqui, uma polêmica de lá, demora na execução de projetos e a secretaria não tem mais secretário. Esse troca-troca continuará prejudicando os projetos da Copa. Partidos já brigam pela indicação do novo nome. Quanto tempo durará o novo secretário que irá administrar as obras da Copa? Antes de qualquer secretário, quem está à frente das obras é o governador Silval. O senhor foi eleito com o compromisso de honrar a realização do Mundial”.
Taques também lembrou que a escolha de Cuiabá como uma das cidades-sede do Mundial foi amplamente comemorada pela população local, porém afirmou que, após três anos, “a euforia deu lugar à preocupação”. Refutou ainda que o apelo esteja sendo feito por pertencer a um partido que não compõe a base de sustentação do governo.
“Estamos a 775 dias da Copa. Não é segredo que eu, enquanto agente político, tenho divergências com o grupo que atualmente governa meu Estado. Já expus críticas contundentes à atual administração, mas nesse momento os desafios são maiores que qualquer partido político, por isso precisamos nos unir”.
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