Cientistas descobrem que cérebro é responsável por efeito sanfona
Bizarro! Mania de fazer dieta pode te condenar a nunca emagrecer
Se você é vítima do efeito sanfona, ou seja, vive entre engordar e emagrecer, saiba que a culpa pode ser da sua mania de fazer dieta. Segundo uma reportagem do site do jornal britânico Daily Mail, publicada nesta semana, o cérebro de boa parte das pessoas que tem mania de fazer regime acaba se programando para compensar a perda de caloria.
Tem a sensação de, quando está fazendo regime por muito tempo, aumenta sua dificuldade em manter o autocontrole em frente a uma barra de chocolate? A culpa também é do cérebro.
Crescem as evidências científicas de que, toda vez que o cardápio sofre uma alteração, nosso metabolismo se apressa em corrigir seu funcionamento, para que a perda de energia não seja tão grande.
Isso acontece de duas formas. Primeiro, nosso corpo passa a ser bombardeado com hormônios que estimulam o apetite. Já a produção dos que promovem a sensação de saciedade diminui.
Para completar, nosso cérebro cria um mecanismo que nos faz ficar simplesmente obcecado por tudo o que é saboroso, ultracalórico e cheio de gorduras trans. Quanto mais, melhor.
Joseph Proietto, professor de medicina na Universidade de Melbourne, na Austrália, conduziu uma pesquisa em 2010 com 50 obesos, entre homens e mulheres, e chegou à conclusão de que o corpo humano é o maior inimigo da balança. Pode, até, condená-lo a ser gordinho para sempre. Principalmente se tiver mania de fazer dietas.
O grupo de participantes da pesquisa do médico australiano foi submetido a um regime de 500 a 550 calorias diárias (um quarto do recomendado a mulheres adultas) por oito semanas. Ao fim desse período, os voluntários perderam, em média, 13 kg cada um.
Mas, na etapa seguinte do estudo, os pesquisadores passaram um ano tentando convencer os participantes do estudo a adotar uma alimentação saudável, com conselhos e acompanhamento. Infelizmente, as pessoas acabaram recuperando 5 kg. E o que foi pior: acabaram confessando que se sentiam muito mais famintos e obcecados por comida do que antes de emagrecer.
Em um artigo escrito para o renomado The New England Journal of Medicine, os cientistas relataram que o nível do hormônio estimulante do apetite dos voluntários estava nas alturas (20% maior do que a taxa registrada antes da dieta). Era como se o grupo estivesse passando por um período de inanição e precisasse ganhar peso extra. Já a taxa do hormônio inibidor do apetite estava bem baixinha. Igualmente baixo era o nível de uma substância que suprime a nossa fome e aumenta o funcionamento do nosso metabolismo.
Uma luz no fim do túnel
Ainda de acordo com a notícia publicada no site inglês, cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, parecem ter chegado a uma saída para "enganar" o cérebro após oito semanas de dieta e reverter o efeito sanfona. A notícia é boa, mas sofrida: se quiser manter o peso conquistado após dois meses de regime, você precisará cortar mais 400 calorias do seu cardápio por dia. E manter essa alimentação magrinha por seis anos.
Esse é o prazo para o cérebro se acostumar às mudanças alimentares, sugerem os pesquisadores americanos. Michael Rosenbaum, que estuda a resposta do corpo à perda de peso no Centro Médico de Columbia, acredita que a reação emocional à comida costuma ser maior após uma dieta.
- Também há uma diminuição na atividade cerebral envolvida no sistema de autocontrole.
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