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Internacional
Sábado - 28 de Abril de 2012 às 02:40

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O grupo Al-Qaeda é provavelmente incapaz de lançar outro ataque na escala do 11 de setembro de 2001, disseram autoridades das áreas de inteligência e contraterrorismo dos Estados Unidos nesta sexta-feira. Especialistas do governo norte-americano também acreditam que a probabilidade de um ataque com armas químicas, biológicas, atômicas ou radiológicas no próximo ano não é alta, disse o vice-diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Robert Cardillo.

Ele e outras autoridades norte-americanas, que falaram sob condição de anonimato, descreveram essas avaliações em uma teleconferência com jornalistas vista como uma oportunidade para que especialistas do governo expressassem suas avaliações sobre o poder da Al-Qaeda, um ano depois do assassinato de Osama bin Laden em um ataque norte-americano. Cardillo disse que o "centro" da organização Al-Qaeda que Bin Laden criou havia sofrido reveses estratégicos devido à eclosão dos protestos da "Primavera Árabe" e as rebeliões em países muçulmanos, que não disseminaram uma grande solidariedade pela linha-dura da Al-Qaeda e o lado violento do Islã.

O que preocupa mais as autoridades de contraterrorismo norte-americanas e seus aliados no exterior é a possibilidade de extremistas domésticos ou "lobos solitários", que são radicalizados pela Internet ou em pequenas células, mas que também estão recebendo encorajamento de meios de comunicação ligados à Al-Qaeda e seus afiliados. Embora não estejam prontos para declarar que a Al-Qaeda esteja à beira de uma "derrota estratégica", as autoridades norte-americanas disseram acreditar que a organização central, fundada por Bin Laden, simplesmente não era capaz atualmente de manobrar o tipo de recurso e planejamento usados nos sequestros suicidas dos aviões em 11 de setembro de 2001.

As autoridades disseram que os Estados Unidos viam quatro desdobramentos da Al-Qaeda ou afiliadas da rede que ainda representavam uma ameaça de maior ou menor grau a interesses norte-americanos. A principal, segundo as autoridades, era a Al-Qaeda na Península Arábica, sediada no Iêmen, que acreditavam que estava por trás das tentativas frustradas, mas criativas, de atacar alvos continentais norte-americanos nos últimos 18 meses usando bombas escondidas nas roupas de baixo de passageiros de aviões e em cartuchos de tinta de copiadoras.

A Al-Qaeda no Iraque, que surgiu em 2003 após a invasão norte-americana para derrubar Saddam Hussein, continua uma presença letal naquele país e pode estar expandindo suas atividades para a vizinha Síria, embora as autoridades não tenham dado indícios de que ela representava muita ameaça para os interesses norte-americanos fora daquela região. As autoridades norte-americanas disseram que viam a Al-Qaeda no Magreb Islâmico, uma afiliada sediada no norte da África, como uma organização principalmente criminosa, engajada em sequestrar ocidentais por resgates. Mas disseram temer que essas táticas se desenvolvessem para sequestros mais espetaculares a fim de ganhar publicidade para causas militantes.

As autoridades norte-americanas disseram que depois de um período em que sua luta se tornou um ímã para jovens muçulmanos desiludidos, tanto nos EUA quanto na Europa, a afiliada somali da Al-Qaeda, al Shabaab, viu um declínio mensurável no recrutamento e apoio ocidental. Em suma, uma autoridade da área de contraterrorismo disse que "estava muito claro que fizemos progressos para derrotar a organização Al-Qaeda", embora elementos tanto da ideologia quanto da organização certamente permaneçam, incluindo "várias redes ativas no Reino Unido".





Fonte: Reuters

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