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Política
Sábado - 28 de Abril de 2012 às 16:55

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O governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), determinou abertura de comissão especial para fiscalizar quatro contratos de R$ 143,8 milhões com a construtora Delta para locação de veículos para a Polícia Militar do Estado.

A decisão do governador, divulgada na noite de sexta-feira (27), é uma reação a dois inquéritos civis abertos pelo Ministério Público Estadual para apurar suspeitas de irregularidades nas licitações, sobrepreço nas locações e uso de placas reservadas (frias) nos carros da Delta.

A Delta está no foco da CPI do Cachoeira, por suspeita de ter sido beneficiada por ações do empresário Carlinhos Cachoeira e do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

Dos quatro contratos do governo do Amazonas com a Delta vigentes até 2014, dois deles, no valor de R$ 24,2 milhões, foram realizados sem licitação. São 252 veículos alugados pelo governo, dos quais 60 estão nas ruas desde o ano passado. O custo unitário do aluguel varia entre R$ 8.500 e R$ 14,4 mil.

A reportagem checou 13 placas dos carros alugados no sistema do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e verificou que apenas duas estavam com emplacamento em nome da Delta. As outras não tinham registro no órgão.

Em nota, o governador Omar Aziz disse que a comissão de fiscalização acompanhará o cumprimento das etapas do contrato com a Delta. "Qualquer coisa que esteja errada eu desfaço o contrato", afirmou.

Com relação às placas reservadas (frias), Aziz disse ter determinado à Secretaria de Segurança Pública que corrija o problema, que citou como "falha sem intenção de dolo".

O promotor Edilson Martins, que coordena as investigações sobre a Delta, disse que os veículos alocados deveriam ter recebido uma placa de carro particular do Detran.

Martins apura se houve interesse da Delta em obter vantagem indevida com o uso de placas frias, como não pagamento de multas de trânsito e de impostos.

A diretora-presidente do Detran no Amazonas, Mônica Melo, confirmou que o órgão entregou placas reservadas para os carros alocados. "É uma placa de cunho reservado em caráter policial", disse.

A Delta informou que irá se defender de todas as acusações, em todas as instâncias. Em nota, a empresa disse ter "certeza da sua idoneidade e da lisura e transparência de todos os certames que disputou e venceu". Afirmou ainda responder pelo emprego direto de mais de 25 mil pessoas no país e esperar "que haja equilíbrio e serenidade nesse momento". 






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